IDEIAS

Trabalho a qualquer preço? Cuidado, pode ser cilada

Por Karla Klarinda - Estrategista em Recolocação Profissional| Linkedin | Currículo |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/ pixabay

O dia do trabalho deve ser lembrado e comemorado, afinal é o trabalho que nos faz melhores, íntegros e completos. Por outro lado, aceitar qualquer emprego em quaisquer circunstâncias pode transformar toda a magia do ato de trabalhar numa tragédia.

O dia do trabalho surgiu de uma greve operária que ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1º de maio de 1886. Esse fato foi motivado na luta pela melhoria das condições de trabalho, em três pilares: redução de jornada de trabalho de 13 horas para 8 horas; aumento de salários; e descanso semanal e férias.

Chamada de Revolta de Haymarket, já em 4 de maio de 1886, houve confronto com a polícia, bomba explodindo, mortos e feridos.

Voltemos aos nossos tempos, com o desemprego sendo um fantasma que assola milhões de brasileiros. Dentro deste contexto, há muita gente ganhando menos do que gostaria, muitas vezes fora de sua área e em condições que não são as ideais. Mas vale a pena se submeter a qualquer tipo de privação ou, até, humilhação por um emprego? Para mim, a resposta certamente é “não”, pois nada paga nossa saúde, essência e dignidade.

Sim, eu sei que as coisas não são tão simples, e que, em muitas situações, a pessoa se vê em um beco sem saída, tendo que prover as condições para que ela e a sua família vivam dignamente. Como dizemos popularmente, “o buraco é mais embaixo”.

Agora, com tudo que eu já falei, aturar chefe tóxico é dose, hein? O gestor tóxico possui um estilo de gerenciamento que destrói a dignidade, a autoconfiança ou a eficácia de um trabalhador, e de uma equipe, através de objeções, alfinetadas diárias ou falas equivocadas. Suas características criam condições de trabalho destrutivas, humilhantes e desvalorizadoras que podem gerar consequências psicológicas e físicas significativas para os funcionários.

Eu já soube de empresa que contava com vários gestores tóxicos em seu quadro de funcionários. Um deles, que havia sido colocado no cargo - que não dominava, por sinal - pelo presidente nacional da empresa, era excêntrico, mandava mensagens aos subalternos nos fins de semana para cobrar o serviço da próxima semana, fazia comentários desagradáveis e, até, assediava moralmente e sexualmente as funcionárias. Barra, né? Infelizmente, não se trata de caso isolado.

Diante disso, lhe pergunto, vale a pena encarar um gestor tóxico para se preservar o emprego? Ainda bem, que cada vez mais as empresas estão se atentando a essas situações e aprimorando seu sistema de Compliance que, dentre outras situações, busca combater a gestão tóxica.

Se você já teve o desprazer de conviver com um gestor tóxico, espero que tenha superado, e se você ainda passa por esta condição, não esmoreça e busque ajuda. A sua saúde mental é muito mais importante do que qualquer coisa. Que nós consigamos lidar com o trabalho como algo prazeroso e especial em nossas vidas. E que ele nos enobreça.

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