Editorial

A violência preocupa

Mesmo com aumento da produtividade policial no estado, criminalidade tem alta nos primeiros três meses de 2023

29/04/2023 | Tempo de leitura: 2 min

 

Os dados oficiais sobre a criminalidade no estado de São Paulo no primeiro trimestre desse ano mostram que será enorme o desafio do governador Tarcísio de Freitas para reduzir a violência nos municípios paulistas.

Eleito usando a segurança pública como uma de suas principais bandeiras, o novo comandante do Palácio dos Bandeirantes até conseguiu atingir um bom resultado de janeiro a março: dos 13 indicadores que medem a produtividade policial, 11 subiram na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de prisões cresceu 13,7%, o de armas de fogo apreendidas subiu 6,2%, as apreensões de drogas aumentaram 57,6%.

Por outro lado, a criminalidade também cresceu. De 23 indicadores medidos pelo governo estadual, 16 subiram - a lista inclui vítimas de homicídios (1,75%), roubos (1,6%) e roubos de veículos (7,2%), por exemplo.

Para tornar São Paulo um lugar mais seguro, o governo estadual precisa investir em duas frentes. Uma delas, urgente, é repor o efetivo das polícias Civil e Militar.

Em dezembro de 2022, por exemplo, a PM contava com 80.137 homens e mulheres, o que representava o menor efetivo da corporação no século. Para efeito de comparação, em 2006 eram 90.697 policiais. E vale ressaltar que, nesse intervalo, a população paulista saltou de 39,6 milhões de habitantes para 45,1 milhões. Ou seja, o número de PMs a cada 100 mil moradores caiu de 229 para 177, uma queda de 22% em 16 anos.

Na Polícia Civil, o número de agentes caiu de 34.684 em 2011 para 26.355 em 2022 - uma queda de 24%, em números absolutos. De acordo com o Sindicato dos Investigadores, apenas 4% dos crimes investigados pela Polícia Civil são solucionados em São Paulo. Na campanha, Tarcísio disse que a PM precisava de mais 10 mil policiais. E a Civil, mais 15 mil agentes.

Outra frente necessária é o investimento em tecnologias - com a expansão de um sistema interligado de câmeras de segurança por todo o território paulista, por exemplo.

Tarcísio tem apenas quatro meses de mandato, mas o combate à criminalidade é um tema que não pode ser deixado para depois. Ainda mais aqui, no Vale do Paraíba, que é a região mais violenta do estado desde 2010..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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