Não há prognósticos para o amor. Ele rompe barreiras invisíveis e quebra silêncios insuportáveis. O amor tange o universo do impossível e dele se apropria. O amor não cabe em si, menos por ser grandioso e tanto mais por ser generoso.
O amor é uma rota que se caminha sem saber o norte. O amor te revela o entendimento do que antes era só dúvida. O amor une os diferentes, nivela os soberbos e clareia o escuro da dor. O amor conecta pessoas de credos tantos e de cores muitas, nos deixando como legado a comunhão.
O amor desata nós e cria laços. O amor nos mostra o infinito que nos habita. É a eterna espera do cão pelo dono.
O amor é um salto sem rede de proteção enquanto se grita: “Gerônimooooo!”. É cair no abismo e ser feliz em queda livre. É estabacar-se no chão e saber que faria exatamente tudo igual, apesar dos ralados.
O amor é cuidar do doente com zelo. É achar belo o objeto amado, sem que para isso haja qualquer artifício de make up. O amor é travessia sem destino certo, pois amar é o próprio caminho.
O amor te faz olhar para os lados e enxergar graça em tudo. Insidioso, porém, não lhe dá garantia de ser correspondido. Mas, amor que é amor até isso dispensa, pois de tudo se apossa. O amor penetra na pele e no couro cabeludo. Não há pomada tópica que alivie o amar de quem ama.
Mesmo o tempo, senhor da razão, do amor nada subtrai. O amor transpassa os ponteiros do relógio. E espera o suficiente para que o amor se valide enquanto ama.
O amor é a mais genuína aventura que se pode viver na Terra. É a maior loucura que se pode topar. E louco é quem não lhe abre a porta. Para que tanta sobriedade se não for para amar? O amor não é para os anêmicos de espírito nem os decadentes de alma.
O amor é púrpuro tal qual o sangue e lava de bênçãos tudo o que toca. O amor nos move. É a própria vida em movimento. É ciclo virtuoso e sagrado. É um templo em si. O amor te desperta para a real natureza de quem você é.
A definição mais completa no dicionário sobre o amor irá carecer daquilo que não cabe no papel, o ato de amar. O amor não se mede pela régua de palavras bonitas. Sem medo de parecer piegas, reproduzo: O amor não faz sentido, faz sentir. O que vem depois de tanto amar? Mistério. Não há prognósticos para o amor.
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JOSE HERALDO BRANDAO SILVA 12/03/2023Lindo texto parabéns..