HISTÓRIA

Em 1967, Caraguá foi palco da maior catástrofe natural do país, com 400 mortes

Por Da redação | São José dos Campos
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Foto de Caraguatatuba na tragédia de 1967, que completará 56 anos em 18 de março
Foto de Caraguatatuba na tragédia de 1967, que completará 56 anos em 18 de março

O Litoral Norte está na história dos desastres naturais do Brasil. A maior catástrofe natural do país, com 400 mortes, aconteceu na cidade de Caraguatatuba, que foi atingida por uma tromba d’água em 18 de março de 1967. A tragédia ocorreu na madrugada de sábado.

“O barulho dos deslizamentos que ocorriam na Serra do Mar era assustador. Mas, foi apenas pela manhã, quando o dia amanheceu, que se pode avaliar o que tinha ocorrido na cidade”, apontou o jornalista Salim Burihan, que mora no Litoral Norte e escreveu um artigo sobre a tragédia.

“Ruas transformadas em rios, casas destruídas, não tinha água, luz, telefone, nem comunicação com as cidades vizinhas e o Vale do Paraíba. Várias pontes que ligavam a cidade aos municípios vizinhos foram levadas pela força das águas que desciam as encostas. A ponte sobre o rio Santo Antônio, a principal da cidade, se deslocou e ficou junto à margem, interrompendo o tráfego de carros e pessoas, Ninguém passava, ninguém chegava e nem saía. Todos os acessos estavam bloqueados ou destruídos.”

Caraguatatuba ficou parcialmente destruída, ilhada e sem qualquer comunicação. A Rodovia dos Tamoios foi quase totalmente destruída em seu trecho de serra.

Segundo Burihan, “quem vivia na cidade naquela época jamais se esquecerá do que viu”. O mar em frente à cidade se transformou num mar de lama e de troncos. Centenas de pessoas perderam a vida. Oficialmente, falaram em 400, mas morreram muito mais, algo em torno de 2.000 pessoas, apontou o jornalista.

De acordo com informações da época, a chuva sobre Caraguatatuba em dois dias (17 e 18 de março) atingiu um índice de precipitação pluviométrica de 580 milímetros – São Sebastião foi atingida por 600 milímetros neste domingo (19).

Na época, a média de precipitação pluviométrica do Brasil, o ano inteiro, variava de 1.000 a 1.200 mm. Ou seja, choveu em Caraguatatuba em apenas dois dias a quantidade de chuva acumulada de seis meses. A tragédia foi considerada a pior já ocorrida no país até então.

Veja o documentário “Caraguá: da catástrofe ao progresso” que foi produzido, em 2011, pelo jornalista Emílio Campi.

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