CRIME

Em esquema à la 'Casa de Papel’, quadrilha tramou assalto a banco em São José

O mentor do crime, um funcionário da agência, se gabou da inteligência que teve para planejar o roubo. Seu comparsa disse terem cometido um crime quase perfeito

Por Thais Perez | 10/02/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos
OVALE

Life Informa / Reprodução

Quatro membros de uma quadrilhas foram condenados pelo crime, contudo, o dinheiro roubado não foi recuperado
Quatro membros de uma quadrilhas foram condenados pelo crime, contudo, o dinheiro roubado não foi recuperado

Um crime quase perfeito. Um roubo de cinema, mas com final feliz para a polícia. Em uma versão real de 'La Casa de Papel', um assalto a banco em São José dos Campos foi planejado durante três meses e teve um comando intelectual para que fosse executado com perfeição, como na série da Netflix. O plano saiu do papel e o crime aconteceu em fevereiro do ano passado, em uma agência do Banco Itaú, no centro da cidade. No entanto, o que parecia um filme sobre um plano criminoso perfeito, virou uma história de tribunal, com quatro membros da quadrilhas condenados pelo crime. Ah e um mistério: o dinheiro até hoje não foi recuperado.

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O caso aconteceu no dia 2 de fevereiro de 2022, na agência bancária do Itaú em frente ao Parque Santos Dumont, na zona central de São José. Considerada de difícil fuga, a agência fica em uma área movimentada e longe de acessos à rodovias.

Contudo, com um plano envolvendo pelo menos sete pessoas, criminosos conseguiram subtrair valores de R$ 535.623,51, além de US$ 24.000 e €$21.300. Um dos homens, apontado como o “líder intelectual” do grupo, trabalhava na agência bancária como consultor de segurança, um cargo de confiança.

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Depois que os autores foram presos preventivamente, o mentor do crime se gabou da inteligência que teve para planejar o roubo. Seu comparsa, que também era seu sócio em uma empresa, disse terem cometido um crime quase perfeito e ambos culparam um dos indiciados por terem sido descobertos pela polícia. As penas foram de 14, 16, 20 e 29 anos, sendo a maior atribuída ao funcionário do banco.

AÇÃO.
Durante o roubo, nenhuma sala ou cofre foram arrombados e três criminosos conseguiram entrar com facilidade em áreas restritas do banco, com senhas e chaves conseguidas pelo funcionário do banco.

O homem já havia sido gerente da mesma agência, sendo conhecido por todos os funcionários. Segundo o que a polícia apurou, ele teria conseguido chaves e senhas de três portas de segurança que dão acesso ao cofre, que também estava aberto no dia do assalto.

Oportunamente, ele auxiliou a gerente do banco na época a trocar a senha de uma das salas restritas, o que a deixou sem alarme. Além disso, a fechadura de uma das portas havia sido trocada recentemente, por um prestador de serviço indicado pelo funcionário.

Os três homens que conseguiram invadir a agência chegaram e fugiram em dois carros que estavam com placas clonadas. Um deles foi encontrado incendiado em uma rua após a fuga.

AMEAÇAS.
Um dos homens envolvidos no roubo era sócio do consultor de segurança do banco. Os dois foram apontados como mandantes do crime. Os dois orientaram o restante dos membros da quadrilha a lavar o dinheiro roubado e usá-lo para investimentos financeiros.

A quadrilha teve encontros para discutir como o dinheiro seria investido. Integrantes do grupo relataram terem sido ameaçados pelo sócio do funcionário caso contassem o que havia acontecido.

Em uma conversa, o funcionário do banco disse a um dos participantes para que “não desse com a língua nos dentes”. Enquanto estavam presos preventivamente, ele mandou bilhetes ameaçando o comparsa.  Como em um filme, o caso promete uma sequência. Afinal, onde está o dinheiro roubado?

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