KELMA JUCÁ

O lugar do outro

Por Kelma Jucá | Jornalista
| Tempo de leitura: 1 min
OVALE

É possível você se colocar no lugar do outro, mas existe um limbo. Alguém me disse. O limbo é como se fosse uma margem de erro dos institutos de pesquisa. São aqueles intervalos que nos mostram a imprecisão do cálculo. Que bela ironia!

Sabe aquela história de que 2 + 2 são 4, mas, para os economistas, depende? O fato é que tudo nessa vida precisa de referencial e de contexto.

Isso me lembra um pensamento sofista de que tanto gosto: “Não existe verdade absoluta. Só existe uma verdade absoluta: a de que nenhuma verdade é absoluta”. Sabe por quê? Porque a resposta é “depende”. Especialmente quando o assunto é sentimento.

Daí, por mais que você se esforce em entender o que o outro passa ou sente, invariavelmente, você estará preso à margem de erros. 5% para mais ou para menos, se formos bem otimistas. Então, como tentar ajudar o outro se a empatia não é 100% confiável?

Oras. Na dúvida, a melhor solução para qualquer equação é ouvir o coração. Ele nos assopra no ouvido a resposta correta. Com precisão. E, muitas vezes, nos conta mais do que queremos saber, mas nunca mais do que podemos suportar. Estando no lugar do outro ou não.

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