OPINIÃO

Mobilizações históricas marcam o ano para os metalúrgicos de São José e região

Lutas de caráter nacional mostram a força da categoria em defesa dos empregos, salários e direitos

Por Weller Gonçalves | 30/12/2022 | Tempo de leitura: 2 min
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
OVALE

Mobilizações históricas marcam o ano para os metalúrgicos de São José e região
Mobilizações históricas marcam o ano para os metalúrgicos de São José e região

O ano de 2022 foi desafiador para a classe trabalhadora, seja pela alta da inflação dos alimentos e combustíveis, seja pela crise política instalada no país.

Para os metalúrgicos da região, o período foi marcado como um ano atípico, de mobilizações de caráter nacional em defesa dos empregos e direitos. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região travou duras batalhas, nesses 12 meses, ao lado dos trabalhadores.

Em março, lutamos contra a demissão em massa de 420 metalúrgicos da Avibras, em Jacareí, e conseguimos reverter os desligamentos com muita mobilização. Os trabalhadores foram colocados em layoff, mas, desde setembro, protagonizam uma nova luta pelo pagamento de salários em atraso.

Em maio, a Caoa Chery anunciou o fechamento da fábrica de Jacareí, com a demissão de 480 empregados, o que também foi revertido com mobilização nas ruas e ação judicial. A luta resultou em acordo com indenização social para todos.

No mesmo mês, os funcionários da MWL, em Caçapava, iniciaram uma greve contra o atraso nos salários. Estiveram à frente de uma firme batalha que durou cinco meses, inclusive com ocupação da fábrica, e venceram ações que cancelavam as demissões e multavam a empresa. Porém, em setembro, a Justiça decretou a falência da MWL. Agora, os metalúrgicos seguem na luta para receber todos os seus direitos.

Em meio a tantas e diversas mobilizações, os metalúrgicos realizaram a Campanha Salarial e de PLR nas fábricas. Os patrões tentaram retirar, a todo custo, direitos históricos da categoria, mas não conseguiram. Pelo contrário: ampliamos esses direitos, principalmente no que se refere à proteção às vítimas de violência doméstica, que agora têm licença remunerada garantida em acordos e convenções coletivas de 40 fábricas da região.

Os metalúrgicos e metalúrgicas também conquistaram reajuste salarial de até 12% e PLR maior que a do ano anterior. A soma dessas lutas injetou na economia R$ 2,5 bilhões.

O ano também foi decisivo no cenário político. Em uma eleição presidencial polarizada, a derrota de Jair Bolsonaro foi importantíssima para que pudéssemos manter as liberdades democráticas no país. Afinal, são elas que garantem a continuidade da luta dos sindicatos em defesa dos trabalhadores. Contudo, a queda de Bolsonaro foi só um dos passos rumo a um Brasil mais justo.

Seguiremos com a nossa independência de classe em relação aos patrões e aos governos. Exigiremos do governo Lula a revogação de todas as reformas que retiraram direitos dos trabalhadores, como a Trabalhista e a Previdenciária. A qualquer ataque à classe trabalhadora, estaremos na linha de frente organizando a resistência.

Com esse histórico de mobilizações, desejamos às trabalhadoras e aos trabalhadores um feliz Ano-Novo e que 2023 venha com novas lutas e conquistas. Seguiremos lutando por uma sociedade mais justa!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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