KELMA JUCÁ

O topo da montanha

Por Kelma Jucá | 30/12/2022 | Tempo de leitura: 2 min
Jornalista
OVALE

O topo da montanha
O topo da montanha

365 dias. É uma aventura caminhar até o topo da montanha. Entre perdas e ganhos, a vista sempre será um espetáculo. A caminhada exige esforço físico e mental. Os joelhos doem, mas se fortalecem. A cabeça te questiona se dará conta da escalada. No fim, entretanto, vem a recompensa... A paisagem. O término de mais um ciclo.

Doze meses. Que tal olhar para trás e admirar o tanto que se movimentou? De vez em quando, pode ser saudável aplaudir a si mesmo. Basta um único passo para não estarmos mais no mesmo lugar. Sair da inércia paralisante que nos limita e abandonar a morosidade é libertador. Em todo o caso, a caminhada pela montanha é obrigatória. Todos a executamos. Esta é a dádiva de estarmos vivos.

Chegar até o topo da montanha é um sonho. Mas a subida não precisa ser um pesadelo. Do contrário, merece ser apreciada. Cada tombo e queda no meio do processo te deixa em alerta para outros tombos e quedas, que fatalmente virão. A gente erra e acerta. Chora e ri. Cai e levanta.

De janeiro a dezembro, tanta coisa acontece. Pessoas se casam. Filhos nascem. Gente querida nos deixa. Independentemente se o que sentimos é dor ou êxtase, o universo segue o seu plano inexorável. A Terra mantém a sua rota e conclui mais uma volta ao redor do sol. Tenho aprendido que no sofrer ou no sorrir, sejamos gratos.

Já que a nossa caminhada é certa, que se desfrute, portanto, o vento gelado que arrepia a pele. E até o medo de não ter fôlego para tamanha ousadia. Aliás, dane-se o medo! A vida particular de cada um de nós é, por si só, uma tremenda odisseia. Nem Homero escreveria melhor narrativa.

Quando estamos prestes a alcançar o topo da montanha, depois de tanto escalar, os joelhos estão mais fortes. Sabe por quê? Porque no topo da montanha venta – e venta bastante. E, por mais que pareça difícil subir, desafio maior é manter-se no topo. No topo da “sua” montanha. Aquela que te dá a vista mais linda. E que só pode ser a mais linda por que é a “sua” montanha.

O percurso de 365 dias durou 8.760 horas. Até chegar aqui, só você sabe por onde andou, o que suportou e por quais perigos se arriscou. Honre a sua montanha. Respeite a sua trajetória. Espero que tenha valido a pena. Já que começa tudo de novo!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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