Os moradores da Comunidade Nova Esperança, no Banhado, receberam de forma negativa a decisão do TJ (Tribunal de Justiça) que concedeu uma liminar à Prefeitura de São José dos Campos para que seja iniciada a remoção das famílias do local. Um dos residentes na comunidade falou com a reportagem de OVALE e afirmou que as famílias “irão resistir” às tentativas do poder público de desocupar as residências.
“Nós não iremos ceder. Essa decisão da Justiça em favor da prefeitura foi tomada de forma arbitrária, ninguém reconhece isso. Essa informação das cinco famílias [dentro do núcleo congelado dentro do perímetro que corresponde ao Parque Natural do Banhado] é uma inverdade. Temos famílias, como a minha, que moram naquela localidade bem antes desse congelamento”, destacou o morador que não quis se identificar, em relação à cinco famílias que seriam afetadas com a decisão judicial de desocupação de uma área conhecida como Parque Natural Municipal do Banhado, que foi criada por uma lei municipal de 2012.
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Renato Leandro, o Renato do Banhado, um dos líderes da associação que representa os moradores do Banhado, afirmou que a entidade irá recorrer da decisão judicial. “Está sendo complicado, mas iremos recorrer. Fizeram isso no apagar das luzes, perto do recesso judiciário. Imagina como esse pessoal irá passar o Natal”, disse.
Segundo Renato, a Prefeitura de São José dos Campos teria chamado os moradores da comunidade para uma reunião na noite desta terça-feira (20) no Paço Municipal, com o intuito de explicar o andamento do processo e as propostas oferecidas, mas ninguém compareceu. “Você acha mesmo que alguém quer sair daqui? Se ninguém vai até às reuniões que eles convocam”, disse.
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A fala contrapõe uma afirmação do prefeito Anderson Farias (PSD), que em um encontro com jornalistas na tarde desta segunda no salão nobre da prefeitura afirmou que “boa parte” dos moradores do Banhado estariam procurando a prefeitura para uma resolução do problema enfrentado na comunidade.
Renato afirmou à reportagem que a associação “não abrirá mão de nenhuma casa”. O líder do movimento dos moradores ainda destacou que muitos que lá residem vivem do que plantam na região. “Eu mesmo estou lá antes desse Parque [Natural Municipal]. Minha mãe planta bastante coisa no quintal. Amora, pitanga, mamão, banana, um monte de frutas. Nossa pauta principal é resistir”.