NOVO CANGAÇO

Após investigações de Bauru, suspeito de mega-assaltos é localizado no Pará

Por Larissa Bastos - Atualizada às 7h | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Polícia Civil/Divulgação
Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga, foi capturado em Moju
Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga, foi capturado em Moju

Uma apuração que partiu da Polícia Civil de Bauru, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), em decorrência do roubo a uma agência do Banco do Brasil em Ourinhos (130 quilômetros de Bauru), em maio de 2020, resultou na prisão de um homem apontado como uma das principais lideranças dos mega-assaltos a bancos em municípios do Interior - ações conhecidas como "novo cangaço" ou "domínio de cidades". O suspeito, Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga, de 37 anos, foi capturado neste domingo (18) em Moju, no Pará.

Conforme o JC noticiou, na madrugada de 2 de maio de 2020, cerca de 40 criminosos fortemente armados cercaram o Batalhão da Polícia Militar (PM) de Ourinhos, trocaram tiros com a corporação, fizeram seis reféns e explodiram o cofre de uma agência do Banco do Brasil, de onde levaram grande quantia em dinheiro.

Responsável pelas investigações do crime, o delegado Cledson do Nascimento, da Deic de Bauru, explica que as suspeitas sobre Pinga começaram quando foi descoberto que ele, até então morando em Espírito Santo do Turvo (SP) e usando documentos de identidade falsos, hospedou os carros blindados roubados que foram utilizados no assalto de Ourinhos.

"A partir disso, abriu-se o leque em cima dele. Apuramos que ele já era foragido desde 2008, com passagens por roubo e porte ilegal de arma de fogo na região de Campinas. Passamos a investigá-lo e chegamos ao apartamento dele, em Alphaville, onde localizamos roupas táticas que os criminosos vestem nas ações e sprays usados para descaracterizar os veículos", detalha o delegado.

Depois, com base no material genético colhido no imóvel, foi constatado que Pinga também teria participado do mega-assalto em Araçatuba, em agosto de 2021, quando mais de 30 homens armados de fuzis explodiram três agências bancárias e utilizaram reféns como escudo humano. O DNA dele foi encontrado na cena do crime.

Ainda segundo Nascimento, Pinga foi filmado no roubo ao apartamento de um vereador de Rio Claro, em dezembro de 2019, quando os bandidos, passando-se por policiais federais cumprindo mandados de busca, levaram joias e dinheiro.

MONITORAMENTO

O delegado explica que a Polícia Civil seguiu os movimentos do suspeito, que foi monitorado por um período nas proximidades de Joinville e, depois, na região de Limeira, até que as equipes conseguiram informações mais precisas de que ele estaria escondido no Pará e faria, neste domingo (18), um deslocamento pelo Estado.

Então, foi solicitado apoio à Polícia Federal em Campinas e à Polícia Militar do Pará, que fez os bloqueios nos postos rodoviários, resultando na captura. Pinga foi localizado em Moju e encaminhado para a Divisão de Repressão ao Crime Organizado do Estado. No momento da prisão, ele estava acompanhado de um casal, que foi ouvido e liberado.

"Suspeitamos que ele planejava uma grande ação lá [no Pará] também, um possível roubo de mineradora, de ouro. É um criminoso de alta periculosidade que está preso graças à realização de um importante trabalho interagências, de compartilhamento de informações, dada a dificuldade de conseguir a posição exata desses criminosos, que são verdadeiros fantasmas", ressalta Nascimento.

PRÓXIMOS PASSOS

"Agora, vamos interrogá-lo e, depois de cadastrado o material genético dele no Banco Nacional de Dados, pode ser que se revele a participação dele em várias outras ações, inclusive em Bauru", finaliza Cledson do Nascimento, mencionando o roubo à agência da Caixa Econômica Federal do Centro da cidade, registrado em setembro de 2018. Este assalto é investigado pela Polícia Federal.

Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga
Elinelson Alexandre Ferreira, o Pinga
Refém no capô de carro, em Ourinhos
Refém no capô de carro, em Ourinhos
Câmera mostra parte da ação no Banco do Brasil de Ourinhos
Câmera mostra parte da ação no Banco do Brasil de Ourinhos

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