VIOLÊNCIA

Cidades do Vale do Paraíba estão no ‘top 20’ do ranking da violência de São Paulo

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Novo governo estadual terá desafio de reduzir a violência na RMVale
Novo governo estadual terá desafio de reduzir a violência na RMVale

O mapa do crime.

Cinco cidades do Vale do Paraíba estão no topo do ranking paulista de homicídios por 100 mil habitantes, tornando-se a região com mais municípios nessa situação, ao lado da Grande São Paulo, que tem seis cidades.

A lista é feita pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) com dados relativos ao ano de 2021, o período completo de 12 meses mais atualizado nas estatísticas oficiais da pasta estadual.

No ranking das 80 maiores cidades do estado, Rio Claro ultrapassou Pindamonhangaba e assumiu a ponta com 18,29 homicídios dolosos por 100 mil habitantes contra 17,60 da cidade da RMVale. Em terceiro e quarto, aparecem Araçatuba (16,24) e Itapevi (16,17).

Taubaté e Guaratinguetá são as cidades na quinta e sexta colocação do ranking, respectivamente com taxa de homicídios de 14,86 e 14,32.

Em seguida, a lista estadual traz as cidades de Hortolândia, Itapecerica da Serra, Sumaré, Birigui e São Carlos.

Jacareí é a 12ª cidade do ranking paulista com 9,60 homicídios por 100 mil habitantes. Ubatuba é o 20º município do estado, com 7,87.

No total, segundo os dados da SSP, 11 cidades paulistas tinham taxa de homicídios acima de 10 no ano passado e estavam em “zona epidêmica para a violência”, segundo classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Dessas 11 cidades, três são da RMVale: Pindamonhangaba, Taubaté e Guaratinguetá.

“O Vale do Paraíba é um dos grandes desafios em segurança pública para o novo governo estadual. Vamos cobrar soluções para a região, essa é uma das prioridades das prefeituras”, disse Thales Gabriel (PSD), prefeito de Cruzeiro e presidente da Amvale (Associação de Municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte).

A própria cidade de Thales tem sido uma das campeãs em taxa de homicídios em 2022, mas não aparece na listagem da SSP até 2021. O mesmo acontece com Lorena, que também tornou-se um desafio para a segurança pública com aumento de homicídios, mas também não está no ranking oficial do ano passado.

Thales disse que os municípios da região precisam cobrar investimentos dos governos estadual e federal em torno de “projetos estruturantes”, entre eles os de segurança pública, como aumento de câmeras de vigilância nas cidades do Vale e de efetivo das polícias Militar e Civil na região.

“A união entre as forças políticas é fundamental para que tenhamos foco e elencar quatro ou cinco projetos estruturantes, incluindo a segurança pública. Temos que tratar a política pública de forma regionalizada, e não por cidades individualmente. Fazer um trabalho junto ao Estado e ao governo federal, com aferição de metas e resultados, é fundamental para que a gente consiga ter efetividade nesses projetos”.

ROUBOS

O ranking da SSP também traz dados sobre roubo por 100 mil habitantes, com liderança absoluta de cidades da Grande São Paulo, em razão da grande quantidade de ocorrências registradas.

Diadema é a líder desse quesito com 1.084 roubos por 100 mil habitantes, seguida de São Paulo (1.079), Itapecerica da Serra (931), Santo André (929), Poá (833) e Taboão da Serra (808).

Nesse quesito, a primeira cidade do Vale na lista é Taubaté, na 35ª posição de um total de 80 municípios. A segunda maior cidade da RMVale tem 245 roubos por cada grupo de 100 mil habitantes. São José dos Campos ocupa a posição de número 38, com taxa de roubos de 233, seguida de Jacareí (198), Guaratinguetá (193) e Pindamonhangaba (183). Ubatuba está na 48ª colocação com taxa de 147.

Entre as cidades com as menores taxas de roubo do estado, Caraguatatuba está na posição de número 70, com 73 roubos por 100 mil. A cidade paulista com a menor taxa é Catanduva, com 32.

No estado, os furtos e roubos estão em aumento desde o ano passado, o que contribuiu para a sensação de insegurança da população.

“Os crimes aumentaram com a volta das pessoas às ruas, na circulação normal após a pandemia e o período de restrição. Mas os números ainda estão melhores do que antes da pandemia”, disse José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel da reserva da Polícia Militar e consultor em segurança.

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