A RMVale acumula 315 vítimas de homicídio e latrocínio nos primeiros 10 meses deste ano e aumento de 8,62% frente às 290 vítimas no ano passado, no mesmo período, segundo dados oficiais da SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública).
Foram registrados 309 mortes em homicídios e seis em latrocínios (roubo seguido de morte) na região de janeiro a outubro.
Com isso, a RMVale mantém a liderança disparada na violência no interior paulista como a única a ultrapassar a barreira de 300 vítimas de homicídios em 2022 – 309 vítimas.
O alto número de mortes violentas elevou a taxa de vítimas de homicídios por 100 mil habitantes em 7,9% nos últimos 12 meses na região, comparado ao índice do ano passado, com 14,43 contra 13,37. A região com a segunda maior taxa é Araçatuba, com 10,29. Todas as outras regiões têm taxa abaixo de 10.
O índice do Vale é 206% maior do que o da capital (4,71), 120% acima da média estadual (6,56) e 118% maior do que a da Grande São Paulo (6,62). Supera também a taxa do interior (7,46), a de Campinas (6,25) e a da Baixada Santista (8,13), também uma região turística como a RMVale.
ATUAÇÃO
Para o consultor José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar, a violência no Vale tem que ser identificada localmente, com atuação sob medida para cada cidade.
Segundo ele, a região tem picos de violência em alguns municípios que são muito diferentes dos indicadores de outras cidades, o que interfere na média regional.
“Problema é que a taxa [de homicídios] é afetada por alguns casos isolados, como a cidade de Cruzeiro. Não se pode uniformizar o conjunto do Vale, são realidades diferentes”, afirmou o especialista em segurança.
“Há cidades com níveis muito altos de segurança, como São José dos Campos, e agora casos como Cruzeiro, que está com 45 mortes por 100 mil, o que afeta a média do Vale.”
“A questão da segurança é um fenômeno local. Tem que tratar esse fenômeno cidade por cidade, senão perde-se o sentido da análise”, afirmou o especialista.
José Vicente indicou medidas como verificação dos locais de ocorrência dos crimes, mapeamento do tipo de violência e estudo das vítimas para identificar o tipo de providência que deverá ser tomada, que não é apenas de segurança pública.
“É preciso identificar o que está acontecendo em cada cidade e atacar ali, localmente. Verificar o fator local. Não existe o fator geral. Não há um padrão de incremento da violência no Vale, isso é localizado. É preciso ir hierarquizando os locais mais violentos e atuar localmente.”
E completou: “Nem sempre são casos de policiamento. Tem um problema de caráter social. Não é só caso da polícia, mas um fenômeno social”.
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CARLOS VAGNER PEREIRA DIAS 29/11/2022Séculos de administração do PSDB no estado de São Paulo e não conseguiu reduzir a taxa de violência da RMVP e nós seguimos no topo do ranking do estado. Olha a batata quente nas mãos do Tarcísio agora. Aguardemos...