“O Spirit Box consegue comunicação com espíritos que não são da região. Já tivemos provas anteriores”, disse João Paulo Fabrício dos Santos, líder e um dos idealizadores do KBC. “Começamos investigar uma casa, houve manifestações e, quando fizemos a primeira sessão de Spirit Box, ele [Guilherme de Pádua] entrou. Estávamos focados em conseguir a comunicação com ele, que chegou”.

‘Spirit Box’ é um rádio modificado que os caça-fantasmas usam para contatar espíritos. “Ele varre as rádios muito rapidamente e, na varredura, os espíritos usam suas próprias palavras para se comunicar”, explicou Santos.

Na missão, segundo o líder dos caça-fantasmas, o espírito de Guilherme de Pádua teria feito contato por meio do ‘Spirit Box’. Membros do grupo conversam com o suposto assassino de Daniella Perez, que diz querer o perdão das pessoas. Veja os principais trechos do diálogo.

DIÁLOGO

É o Guilherme de Pádua que está aí? – É mesmo.

Essa comunicação com você, a gente ia puxar mais tarde. – Não teve jeito. Aqui manda me redimir. Minha vida.

Dá uma demonstração falando seu sobrenome. O nome da sua esposa. – Você quer o quê? Me escute. Eu sou um meio. Não acabou. A Paula... foi ela. O personagem dói.

Você tem algo a dizer? – Eu caí demais. A morte... Gozaram, sabe. Agora a Perez eu via ela bastante. Que imagem meu. Guilherme eu, né.

Você quer conversar um pouco com a gente? – Sim. Paula e a Glória está (sic) bem.

Não estamos aqui para te julgar. – E o Felipe, conhece? Estava com ele? Me importo com a família. [Felipe é o nome do filho de Guilherme e Paula, que hoje está com 29 anos] Não estamos aqui para te julgar. – Eu sei.

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A gente queria uma explicação, uma versão do seu lado. – Quer demais. Agora me dê a sua palavra. Quero paz. Fiz uma prece, eu tentava.

Como você está do outro lado? – Não houve pecado, Glória. Tchau (risada). Deixo tantas pessoas, uma companheira que amo.

Nós pretendíamos falar com você mais tarde. – Eu entrei nisso e foi agora. Foi-se a vida. Já viu os filmes, as pessoas julgaram. Repórteres.

O que você fez foi algo muito grave. – [silêncio] Não posso ter a intenção de ir lá, ela vai me humilhar.

Guilherme, fale o que aconteceu naquele dia. Você nunca comentou. – Mulher ruim [Paula]. Dela gostei, foi discórdia, culpa minha. Intrigas... Superei bem. Foi ela que cruzou e a Paula não ligava. O mesmo ato você vai ver, ela não gostava. Eu escondi. Era um beato, preparado, só que acabou. Morte ruim. O ódio corroeu.

Em outro momento da sessão, os caçadores de fantasmas voltam a se comunicar com Guilherme.

O que você quer do povo? – Um jeito de deixarem a raiva. Já fui morto. Só piedade, no fim. É tudo trágico. Dói esse ódio. Queria o perdão dos homens.

Você encontrou a salvação perante Deus? – Nada consertou.

Você quer o perdão da mãe da Daniela? – Da mãe.