O PL, partido do atual presidente Jair Bolsonaro, planeja pedir a anulação das eleições presidenciais de 2022 na Justiça, baseado em um relatório elaborado por uma consultoria contratada pela sigla para analisar as urnas utilizadas no pleito. O documento tem a assinatura de dois engenheiros formados pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), em São José dos Campos.
A reportagem de OVALE teve acesso ao relatório, que é assinado por Márcio Abreu, vice-presidente do IVL (Instituto Voto Legal) e Flávio Gottardo de Oliveira, ambos engenheiros, eletrônico e aeronáutico, respectivamente, formados pela concorrida escola do instituto da Aeronáutica na cidade do Vale. Além deles, Carlos Rocha, presidente da empresa contratada pelo PL, também assinou o documento.
A sugestão da auditoria seria desconsiderar votos em urnas antigas utilizadas tanto no primeiro quanto no segundo turno. O documento aponta que arquivos Log de Urna do equipamento modelo UE2020, usado nas últimas eleições, foram gerados corretamente, diferentemente de modelos fabricados anteriormente, como os de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015. A auditoria afirma que nas “urnas antigas” seria “impossível vincular cada arquivo Log de Urna com a respectiva urna física”.
"Nesta perspectiva técnica, não é possível validar os resultados gerados em todas as urnas eletrônicas de modelos 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015, resultados estes que deveriam ser desconsiderados na totalização das eleições no segundo turno, em função do mau funcionamento destas urnas”, diz o documento em outro trecho.
Segundo informações do portal O Antagonista, a auditoria deverá ser usada pela sigla do atual presidente para em um futuro próximo questionar o resultado do pleito presidencial. No entanto, em resposta ao mesmo site, a assessoria de imprensa do PL afirmou que o trabalho de auditoria contratado pelo partido termina em dezembro e que, até o momento, “não foi divulgada qualquer versão final do relatório”.