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‘A ciência venceu’, diz Ricardo Galvão sobre eleição de Lula

Por Xandu Alves | São José dos Campos
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Reprodução
Diretor do Inpe, Galvão teve um embate público com o presidente Bolsonaro
Diretor do Inpe, Galvão teve um embate público com o presidente Bolsonaro

A ciência venceu.

Em meio à criação de abelhas num sítio em Paraibuna, Ricardo Galvão, um dos mais destacados e reconhecidos cientistas do país, celebra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSB) para comandar o país no próximo ano.

Segundo ele, a vitória da chapa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) significou, também, uma derrota ao obscurantismo e ao negacionismo.

“Certamente, é uma vitória da ciência. O meio ambiente não é uma questão de ser bonzinho. A política ambiental de Bolsonaro afeta fortemente a economia. Lula se deu conta de que a sustentabilidade e governança estão no mundo todo. A comunidade europeia proíbe a importação de produtos produzidos em área de desmatamento”, disse o cientista.

Conhecido no meio acadêmico há décadas, o físico e engenheiro Ricardo Galvão, 74 anos, ‘viralizou’ para o restante do país em agosto de 2019, ao defender publicamente o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) dos ataques de Bolsonaro.

Diretor do instituto federal na ocasião, Galvão teve um embate público com o presidente após Bolsonaro questionar os dados do desmatamento da Amazônia feitos pelo Inpe.

Galvão acabou exonerado do cargo dias depois da defesa pública do Inpe. Perdeu o cargo e ganhou ainda mais reconhecimento na comunidade nacional e internacional, incluindo prêmios de cientista do ano.

Desde então, ele se dedica a defender a ciência brasileira e o meio ambiente, atividades que o colocaram na mira da ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede), cotada para ocupar um cargo no governo Lula.

Foi Marina quem convidou Galvão a se filiar à Rede e se candidatar a deputado federal, obtendo 40.365 votos, mas não conseguindo se eleger. Ele disse que ficou satisfeito com a experiência de discutir política.

“Marina me convenceu. Isso veio ao encontro do grupo que criamos, chamado de ‘Cientistas Engajados’, que incentiva cientistas de vários partidos a entrar para a política. É importante a ciência e tecnologia fazer parte de todo o processo de formulação de políticas públicas”, afirmou Galvão.

Indicado por colegas para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, Galvão acha que Lula preferirá um ministro da área política, em razão da necessidade de negociar com um Congresso mais conservador.

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