VIOLÊNCIA

Caso Ana Lívia: Tio de atiradora escondia arma na cozinha; menina teria fácil acesso

Por Thais Perez | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo Pessoal

Novas informações sobre o caso Ana Lívia, menina que foi morta pela colega de 12 anos em Taubaté, mostram que o tio que era dono da arma utilizada no crime afirmou em depoimento à Polícia Civil que escondia o revólver no fundo de uma gaveta do armário da cozinha. Já em sua oitiva, a menina afirmou ter fácil acesso à arma.

De acordo com inquérito policial do caso, obtido por OVALE, o tio da menina de 12 anos que confessou ter matado Ana Lívia, de 13, deu depoimento à polícia um dia depois do crime, que aconteceu no dia 27 de setembro.

Leia mais: Equipe quer entender como menina de 12 anos que matou Ana Lívia aprendeu a atirar

Ele afirmou aos investigadores que possui o costume de guardar sua arma, travada, sem munição, no fundo de uma gaveta do armário da cozinha, enrolada e camuflada, de forma bem escondida sob panos de prato. O homem trabalha como agente penitenciário e disse que guarda a arma no local porque é onde ele normalmente permanece durante o dia.

O homem contou que a menina de 12 anos tem o costume de visitá-lo e que nunca perguntou nada sobre a arma de fogo, além de dizer que ela não sabia que ele tinha um revólver na casa, mas que poderia ter “deduzido”, já que ele é agente de segurança.

Dois dias antes do crime, a atiradora pernoitou na casa do tio e padrinho, que mora com sua esposa. Ele conta que não sabe em qual momento a menina pegou a arma, dizendo que o único momento em que saiu da casa foi no domingo de manhã, mas que sua esposa estava no local. O homem tinha a arma desde 2019 e disse que não se recordava com quantas munições a arma estava.

Em sua confissão, a menina afirmou ter “fácil acesso à arma”. Ela afirmou à polícia que já havia visto a arma uma outra vez, por isso sabia que ela estava guardada na gaveta citada pelo tio. A arma é um revólver da marca Taurus, do modelo GH 380, descrita como robusta.

O inquérito da Polícia Civil já foi encerrado e o tio da menina será julgado através de um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), que ainda terá penalidade definida. A pena pode ser de reclusão de até dois anos, pagamento de multa ou serviço comunitário.

O CRIME.

O caso aconteceu no dia 27 de setembro, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, antes de Ana Lívia e a garota de 12 anos irem para a escola. Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas pudessem ir para a escola juntas, de carona com a mãe de outra colega.

Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto. De acordo com a polícia, a menina de 12 anos confessou ter atirado contra Ana Lívia com uma arma de fogo que pertence ao seu tio, que trabalha como agente penitenciário.

Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira. A menina foi encaminhada para a Fundação Casa, onde espera por julgamento para definição da medida socioeducativa que será aplicada em seu caso.

Comentários

Comentários