VIOLÊNCIA

'Capital' da violência em SP, Vale tem jovens como principais vítimas de homicídios

O ‘raio-x’ das mortes violentas que aconteceram na RMVale até agosto deste ano, também mostra que a maioria dos crimes acontece durante a noite, nas ruas das cidades

Por Thais Perez | 23/10/2022 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Rogério Marques / OVALE

Homicídio. Região do Vale tem o maior índice de SP
Homicídio. Região do Vale tem o maior índice de SP

O perfil da vítima de homicídio no Vale do Paraíba, a região mais violenta do estado, é jovem, do sexo masculino e branco. De acordo com os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o ‘raio-x’ das mortes violentas que aconteceram na RMVale de janeiro até agosto deste ano também mostra que a maior parte dos crimes acontece durante a noite, nas ruas das cidades.

A região do Vale do Paraíba teve 259 vítimas de homicídios dolosos nos primeiros oito meses deste ano, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Das 259 vítimas, 32% delas tinham entre 15 e 24 anos, um total de 84. Na faixa etária de 25 a 35, a porcentagem é de 30%, com 80 vítimas. Ou seja, mais da metade (63%) das vítimas de homicídio na região tinham até 35 anos.

Leia mais: Vale tem final de semana violento com três homicídios e três tentativas

Ainda de acordo com a SSP, 241 das 259 das vítimas eram homens (93%) e 149 (57%) eram brancas. Entre os casos que aconteceram até agosto deste ano, 174 (67%) aconteceram em vias públicas.

Do total, 93 dos homicídios (35%) aconteceram durante o final de semana e, durante a noite, foram registrados 95 casos (36%). A madrugada vem logo atrás como período do dia mais violento, com 65 casos de mortes.

A RMVale possui uma taxa de 14,65 por 100 mil habitantes, maior do que a taxa do Estado de São Paulo, que é de 6,48. A região de Campinas apresentou uma taxa de 6,40 e a segunda região que registrou a maior taxa foi a de Araçatuba, com 10,49.

ANÁLISE

Muitos homicídios ocorridos na RMVale, principalmente nas cidades de Aparecida, Caçapava e Cruzeiro, tem características de execução, quando o autor tem como objetivo a morte da vítima. As execuções podem ser motivadas por conflitos pessoais, passionais, latrocínio (quando há morte seguida de roubo) e envolvimento criminal.

Considerando a característica dos crimes que vêm sendo comuns na região e o perfil das vítimas, a Polícia Civil a motivação dos crimes são diversas. Dentre elas, está a causa passional (ciúmes, não concordância com término de relacionamento), conflitos interpessoais (discussões em bares e eventos em via pública), conflitos familiares (entre pais e filhos, maridos e esposas, irmãos), além das mortes motivados por desentendimento entre pessoas envolvidas com crimes, podendo ser crime organizado ou não.

“Quando se trata de envolvimento em organizações criminosas, é sabido que as vítimas, jovens do sexo masculino, inclusive adolescentes, são maioria por serem atraídos pelos criminosos em razão por serem menores de idade e terem penas mais brandas”, explica Marcos Rogério Pereira Machado, delegado coordenador do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), unidade que chefia a Polícia Civil na RMVale.

“O jovem necessita de oportunidades saudáveis, dentre elas a educação de qualidade, capacitação profissional, atividades esportivas, culturais e religiosas, tudo para atrair sua atenção e foco para ações positivas da vida em sociedade, para não ser atraído e envolvido pela criminalidade”, completa o delegado.

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