Minha mãe sempre dizia que “assim como a vida, a moda é cíclica”, e as novas coleções trazem essa confirmação mais do que nunca. A moda cíclica nada mais é do que reviver tendências do passado com algumas atualizações para atender o cenário atual. Mais ou menos da seguinte forma: tendências dos anos 1990, que foram consideradas “bregas” em meados dos anos 2000 e atualmente, em pleno 2022, retornam as passarelas dos desfiles e no street style.
Altos e baixos, assim como a vida!
Essa semana resgatei uma peça do meu acervo que tenho há 20 anos, e isso não é figura de linguagem, de verdade essa peça está no meu closet há duas décadas. Trata-se de um mini fraque que confesso que guardei todos esses anos muito mais pela riqueza de detalhes da peça, que muito me agrada, do que de um olhar apurado e privilegiado de prever o retorno em grande estilo da peça. A mistura de estampas, a modelagem, o caimento e a história que a peça carrega fez com que ela se torna uma peça afetiva e que essa semana desfilou lindamente no meu visual em uma viagem a trabalho até São Paulo e gerou várias abordagens, questionando de onde era a peça.
Outros exemplos que resgatar tendências está em alta foi a reedição na última semana de moda de Nova York da bolsa Baguette da Fendi ou a comemoração do aniversário da atriz Gio Ewbank nesta última semana que entrou no túnel do tempo direto para o início do século, com um desfile de convidados que apostaram em looks e detalhes memoráveis.
Tanto a tendência Barbiecore - que já falamos por aqui - como a cintura baixa, ou indo mais longe, a calça flare inspiração dos anos 1970 - tanto para mulheres como para homens – estarão presentes em reedições.
Mas então quer dizer que tudo na moda, em algum momento retorna?
Na verdade, não! Algumas tendências são sazonais (aliás, me arrisco apostar que 80% de tudo que é lançado podem ser assim considerado) costumam passar muito rápido e sem deixar muitas marcas. As vezes apenas em nosso bolso, quando nos aventuramos em tais peças e usamos pouquíssimas vezes.
Isso porque a moda sendo reflexo do comportamento do consumidor e das novas necessidades que vão surgindo, unido a rapidez que a internet e as redes sociais estão trazendo ao nosso dia a dia, fazem com que algumas apostas realmente sejam passageiras.
“Ah então apenas para garantir vou começar a guardar tudo que tenho!”
Também não é bem assim. Vale destacar, que mesmo as apostas que carregam em si uma atemporalidade, muitas vezes tem seu retorno, acontecendo com um certo frescor. Ou seja, em uma reedição podemos muitas vezes encontrar a essência, mas com um toque moderno, diferenciado e ajustado ao momento.
Mas se recorda que no início desta coluna comentei do meu mini fraque e atribui a característica de “peça afetiva”? Para essas peças - aquelas que contam histórias, carregam memorias e significados – não existe tempo e nem especialista neste mundo que possa julgá-la e dizer que “não estão na moda”.