Polêmica

Anderson defende demolições e diz que criminosos usam moradores do Banhado como 'escudo'

Por Thais Perez |
| Tempo de leitura: 2 min
Moradores do Banhado em São José
Moradores do Banhado em São José

O prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), afirmou que a criminalidade se "esconde" atrás das pessoas que moram na comunidade conhecida como Banhado, o bairro Jardim Nova Esperança, na zona central da cidade.

Mês passado, em ação sem aviso prévio ou mandado judicial, a prefeitura mandou demolir sete casas dentro da comunidade -- segundo moradores, eles estavam ocupadas. 

O argumento da prefeitura é de que as edificações derrubadas estavam abandonadas e poderia estar sendo utilizadas para a prática de crimes. "Temos esse discurso de que a prefeitura demoliu as casa das pessoas, mas isso não é verdade. Infelizmente utilizam elas [moradores da comunidade] como escudo para poder encobrir os crimes que são cometidos ali", disse o prefeito em entrevista a OVALE. "Esses barracos, não eram nem casas, eram usados exclusivamente pelos criminosos para esconder armamento e droga", completa

Leia mais: Justiça cobra explicação sobre demolições no Banhado pela segunda vez em 20 dias

HISTÓRICO.

A Justiça questionou duas vezes sobre a justificativa das demolições ocorridas no Banhado. A Prefeitura de São José afirmou que a Polícia Militar encaminhou um ofício pedindo a avaliação da demolição de barracos que poderiam estar sendo usados para crimes na região.

A Polícia Militar afirma que a decisão de demolir os imóveis partiu da prefeitura e que não apontou que casas ou barracos deveriam ser demolidos. A prefeitura afirmou que na região é praticado "tráfico de drogas intenso", o que justificaria a demolição das casas supostamente abandonadas.

Conforme apurado pelo OVALE, pelo menos três pessoas que tinham cadastrou ou são parentes de pessoas cadastradas no Núcleo Congelado do Banhado tiveram suas cadas derrubadas. A Prefeitura de São José não se manifestou sobre os casos.

A Prefeitura de São José oferece um programa de transferência para pessoas que queiram sair da comunidade, com direito a indenização ou auxílio-aluguel. A associação de moradores e a Defensoria Pública defendem a regularização do bairro.

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