Uma publicação compartilhada pelo presidente da Argentina, Javier Milei, nas redes sociais provocou forte repercussão política e diplomática na América do Sul. A imagem traz um mapa do continente em que o Brasil e outros países governados por partidos de esquerda aparecem retratados como áreas dominadas por favelas, enquanto a Argentina e nações sob governos de direita são representadas com visual futurista e desenvolvido.
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A postagem, originalmente criada por apoiadores de Milei e republicada em seu perfil no Instagram na segunda-feira (15), carrega a mensagem de que o continente estaria reagindo ao que chama de “socialismo empobrecedor”. A representação visual foi interpretada como uma crítica direta a governos progressistas da região, incluindo o brasileiro.
O conteúdo veio a público poucas horas após a vitória do direitista José Antonio Kast nas eleições presidenciais do Chile. Com o resultado, previsto para alterar o cenário político regional a partir de 2026, a América do Sul passa a ter um equilíbrio entre governos de direita e de esquerda, dividindo o mapa político do continente.
Milei foi um dos primeiros chefes de Estado a parabenizar Kast, destacando o triunfo como um sinal de avanço em defesa da liberdade econômica, da propriedade privada e de valores conservadores. Em declaração publicada em rede social, o argentino afirmou que o resultado chileno representa uma oportunidade para fortalecer uma agenda liberal na região.
O presidente eleito do Chile, que venceu o segundo turno com mais de 58% dos votos, deve realizar sua primeira viagem internacional nesta terça-feira (16), justamente à Argentina, onde se encontrará com Milei na Casa Rosada. O gesto reforça a proximidade ideológica entre os dois líderes.
Enquanto isso, o governo brasileiro acompanha o episódio com cautela. O Itamaraty foi procurado para comentar a publicação, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o repost feito pelo presidente argentino.
Conhecido por declarações contundentes, Kast assume como o líder chileno mais alinhado à direita desde o fim do regime de Augusto Pinochet, em 1990. Apesar de no passado ter elogiado aspectos da ditadura, o novo presidente tem adotado um discurso mais moderado durante a campanha, prometendo endurecer o combate ao crime e reforçar o controle migratório.