Tradicional nas ceias de fim de ano, o panetone aparece nas mesas brasileiras em diferentes versões: frutas, chocolate, diet, integral, funcional ou premium. Mas afinal, qual delas é a mais saudável? A resposta não está apenas no sabor, e sim na composição e na quantidade consumida.
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Em entrevista ao Jornal de Piracicaba, a nutricionista Liliane Camuzzo Ortiz explica que o valor calórico do panetone varia principalmente de acordo com a quantidade de gorduras adicionadas na receita. “Em média, uma fatia de panetone de frutas de 80 gramas tem entre 250 e 300 calorias. O que vai definir o aumento da ingestão calórica é a quantidade ingerida e, principalmente, a quantidade de gorduras totais utilizadas na fabricação”, afirma.
Segundo a especialista, isso acontece porque cada grama de gordura fornece 9 kcal, enquanto carboidratos e proteínas oferecem 4 kcal por grama. Apesar disso, a gordura não está ali por acaso: é ela que garante maciez, sabor e umidade ao produto.
Frutas ou chocolate: quem pesa mais?
Na comparação entre o panetone tradicional e o de chocolate, o segundo costuma levar desvantagem calórica. Isso porque, além da gordura da massa, há a adição do chocolate, que pode ser ao leite, amargo ou até recheios cremosos.
“O panetone de chocolate tem mais gordura, especialmente quando leva chocolate ao leite ou recheios, o que eleva ainda mais o valor calórico”, explica Liliane. O chocolate amargo, por ter menos gordura e açúcar, pode ser uma opção um pouco melhor dentro dessa categoria.
Diet e zero açúcar: atenção ao rótulo
Os panetones diet (com restrição de açúcares adicionados) e zero açúcar (sem adição de açúcar) são indicados principalmente para pessoas com restrição ao consumo de açúcar, como diabéticos. No entanto, isso não significa que sejam menos calóricos.
“É importante não se enganar: a restrição é de açúcar, não de gordura. Esses panetones podem conter até mais gorduras para manter sabor e textura, o que os torna igualmente ou até mais calóricos”, alerta a nutricionista.
Integral, funcional e premium: qual a diferença?
Os panetones integrais utilizam farinha de trigo integral na massa, geralmente misturada à refinada. Em termos de calorias, a diferença é pequena, mas o ganho está no teor de fibras. “A farinha integral é rica em fibras, vitaminas e minerais. As fibras ajudam no controle do açúcar no sangue, na saciedade e na função intestinal”, destaca Liliane.
Já os panetones funcionais vão além e precisam conter substâncias bioativas, como aveia, frutas secas, sementes de linhaça ou probióticos, que promovem benefícios metabólicos e fisiológicos.
Os chamados panetones premium, por sua vez, costumam fugir da receita tradicional, com ingredientes como creme de avelã, sementes oleaginosas, massas especiais ou recheios elaborados. O resultado geralmente é um produto mais caro, e mais calórico.
Artesanal e consumo consciente
Para a nutricionista, o panetone artesanal e tradicional, feito em casa, segue sendo a melhor escolha para quem não tem restrições alimentares. “O panetone é uma tradição que vem desde a Idade Média, originária de Milão, na Itália. O artesanal e tradicional costuma ser a melhor opção, por ter menos excessos e ingredientes mais simples”, afirma.
Apesar de calórico, o consumo não precisa ser motivo de culpa. “Uma fatia de cerca de 100 gramas não faz mal. O segredo está no equilíbrio. Se quiser comer um pedaço maior de panetone, vale reduzir a sobremesa, por exemplo”, orienta.