MÁFIA

Família cobrava até R$500 mil por vaga em concurso público

Por | da Rede Sampi
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Reprodução/PF
Grupo usava alta tecnologia, como pontos eletrônicos e dublês, para garantir aprovações em certames de alto nível.
Grupo usava alta tecnologia, como pontos eletrônicos e dublês, para garantir aprovações em certames de alto nível.

Uma operação da Polícia Federal revelou o esquema de fraudes em concursos públicos que funcionava como uma verdadeira empresa familiar. Segundo apuração do G1, o grupo, baseado em Patos (PB), cobrava até R$ 500 mil por vaga e usava alta tecnologia, como pontos eletrônicos e dublês, para garantir aprovações em certames de alto nível.

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O líder da quadrilha era Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar expulso da corporação em 2021. Ele e seus parentes são suspeitos de vender aprovações em concursos da Polícia Federal, Caixa Econômica, Banco do Brasil, UFPB e até no Concurso Nacional Unificado (CNU). Wanderlan, inclusive, se inscreveu no CNU para “provar a eficiência” do golpe, e foi aprovado como auditor fiscal do trabalho, cargo com salário inicial de quase R$ 23 mil.

De acordo com o relatório da PF, os familiares tinham funções bem definidas. O filho de Wanderlan, Wanderson Gabriel, cuidava da parte técnica das fraudes. Já os irmãos Valmir Limeira e Antônio Limeira, a cunhada Geórgia Neves e a sobrinha Larissa Neves participavam da logística, movimentação de dinheiro e recrutamento de candidatos. Larissa, aprovada no CNU, era usada como “vitrine” para atrair novos interessados.

A PF também identificou outros cúmplices, como Ariosvaldo Lucena de Sousa Júnior, policial militar e dono de clínica odontológica suspeita de lavar dinheiro; e Thyago José de Andrade, apontado como responsável pelos pagamentos e comunicação com os candidatos.

O esquema movimentava grandes somas em dinheiro vivo, ouro, veículos e até procedimentos odontológicos. Relatórios do Coaf mostram depósitos em espécie de mais de R$ 400 mil feitos por integrantes sem vínculo formal de trabalho.

Os investigadores descobriram ainda que gabaritos de quatro aprovados no CNU — Wanderlan, Valmir, Larissa e Ariosvaldo — eram idênticos, inclusive nos erros, o que, segundo peritos, seria estatisticamente mais improvável do que ganhar a Mega-Sena 18 vezes seguidas.

A operação, batizada de Última Fase, resultou em três prisões preventivas e diversas apreensões. A PF continua purando se houve envolvimento de servidores públicos ou conivência de bancas organizadoras.

As defesas dos investigados negam as acusações e afirmam que as conclusões da polícia são “precipitadas”. O Ministério da Gestão informou que acompanha o caso e reforçou as medidas de segurança em concursos futuros, com o uso de detectores de metais, provas personalizadas e monitoramento reforçado pela PF e pelas Polícias Militares.

Comentários

1 Comentários

  • Antonio Carlos 09/10/2025
    Porque será que é tão comum que ex-otoridades da autoproclamada instituição que não aceita desvios de conduta que pune rigorosamente com pizza e coca-cola os seus desviado?. Será que tá precisando trocar o cardápio pra pastel e caldo de cana?. Tem alguma coisa errada .....