A viagem de Donald Trump a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar gerou críticas nos EUA ao expor a tensão entre seus compromissos oficiais e os negócios milionários da família Trump na região.
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Trump iniciou nesta semana sua primeira grande viagem internacional desde a reeleição, aterrissando em Riad após pactos de investimentos bilionários que atraíram sua atenção para o reino saudita.
Nos últimos meses, seus filhos Eric e Donald Jr. prospectaram projetos de luxo, como um arranha-céu em Dubai e resorts de golfe no Qatar e em Omã, sob a marca Trump Organization, sinalizando expansão em parceria com fundos soberanos locais.
Além disso, a participação da empresa familiar na conferência de criptomoedas em Abu Dhabi e o acordo de US$ 2 bilhões para apoiar a Binance, com o stablecoin ligado à sua família, levantaram dúvidas sobre conflitos de interesse.
Analistas apontam que o fato de Trump ter escolhido a Arábia Saudita como primeiro destino oficial, após promessas de US$ 600 bilhões em aportes em empresas americanas, reforça o risco de favorecer políticas externas que beneficiem negócios privados.
Questionado, o presidente defendeu a lisura dos acordos, lembrando que seus ativos estão em um truste gerido pelos filhos, mas críticos como o Cato Institute veem ali uma “sobreposição clara” entre seu mandato e ganhos pessoais.
A Casa Branca rebate, afirmando que Trump observou todas as leis de conflito de interesse e que seu estilo “empresarial” é motivo de orgulho para eleitores. Enquanto isso, a opinião pública americana se divide entre celebrar parcerias econômicas e temer que decisões de Estado sejam moldadas por interesses corporativos familiares.
*Com informações da AP