PELAS RUAS

De mágico a palhaço, artista transforma semáforos de Franca

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
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Felipe Françoso de Carvalho, o palhaço Tecovisk
Felipe Françoso de Carvalho, o palhaço Tecovisk

Felipe Françoso de Carvalho tem 39 anos e carrega no olhar a mesma curiosidade que despertou aos sete, quando ganhou do pai um simples — e decisivo — presente de aniversário: um kit de mágica. Nascido na capital paulista, foi ali que a arte entrou em sua vida não apenas como entretenimento, mas como linguagem para compreender o mundo.

A partir daquele momento, a infância de Felipe passou a ser atravessada pelo encantamento. A mágica virou ofício ainda cedo e, ao longo dos anos, ele se apresentou em festas de aniversário, casamentos e despedidas de solteiro. Até os 30 anos, foi o ilusionismo que guiou seus passos, ensinando técnica, disciplina e, principalmente, o poder do olhar atento ao outro.

Mas a vida, como a arte, também muda de ato. E foi depois dessa fase que Felipe se descobriu palhaço, nascendo o palhaço Tecovisk. Não como ruptura, mas como continuidade. Tudo o que aprendeu com a mágica segue vivo na palhaçaria, agora com ainda mais corpo, presença e escuta.

Hoje, Felipe atua como palhaço em eventos empresariais, festas e, sobretudo, no cotidiano da cidade. É nos semáforos de Franca, especialmente no cruzamento da avenida Major Nicácio com a Álvaro Abranches, que ele se apresenta.

Mais do que arrancar risadas, Felipe encontrou na palhaçaria uma forma de atravessar as próprias dores. “Aprendi a ser palhaço para não sentir tanto as dores da vida”, disse.

O reconhecimento pelo trabalho veio também pelos palcos. Em 2025, Felipe foi campeão do Festival Águas de Março, na categoria Teatro e Circo, ao lado da Cia. Boca do Lixo, consolidando sua trajetória artística. No dia 10 de dezembro, Dia do Palhaço, recebeu outro convite simbólico: participar do “Papo de Picadeiro”, no Sesc Franca, um bate-papo sobre a palhaçaria francana, compartilhando experiências, vivências e reflexões sobre o ofício.

Felipe segue entre o asfalto e o palco, entre o improviso do semáforo e a luz dos refletores, mantendo viva a essência do que o move desde criança.

Como ele próprio define, em uma frase que resume sua caminhada: "o riso é a mão de Deus sobre o mundo conturbado."

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