Bebê morre após passar 2h em cadeirinha em creche irregular
Uma bebê de 1 ano e 4 meses morreu na quinta-feira (11) após ser deixada aos cuidados de uma mulher, em uma creche que funcionava em situação irregular em Ceilândia, no Distrito Federal.
Essa foi a primeira vez que Laura Rebeca Ribeiro dos Santos foi deixada na creche. A menina costumava ficar sob os cuidados da avó, mas, ontem, a mulher precisava resolver alguns assuntos pessoais e não conseguiu cuidar da neta. Esse foi o relato passado pelos pais e que consta no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar do Distrito Federal.
Mãe da bebê recebeu recomendação da creche e deixou a filha no local. A cabeleireira Lorrany Stephane explicou que precisava trabalhar, não tinha com quem deixar a filha e lhe recomendaram a creche, com elogios pela forma como a dona cuidava das crianças. Ela pagou R$ 50 pela diária.
Polícia aguarda o resultado do laudo necroscópico para determinar a causa da morte de Laura Rebeca. A suspeita é de que a bebê morreu asfixiada, porque ela teria ficado cerca de duas horas deitada em um bebê conforto, popularmente conhecido como "cadeirinha", e pode ter se enforcado com o cinto de segurança do equipamento. O equipamento era de uso da creche, não da família da bebê.
Dona da creche alega que a criança já chegou "sonolenta" e por isso foi colocada para dormir. À polícia, a mulher, que não teve o nome divulgado, relatou que na hora do almoço precisou sair e deixou as crianças sob os cuidados do marido.
Cuidadora contou que ao retornar foi alimentar as crianças e verificou Laura, que ainda estava dormindo. Pouco tempo depois, ela alega que encontrou a cadeirinha com a bebê caída no chão, retirou a menina do equipamento e acionou o socorro.
Polícia Militar confirmou que também foi acionada para atender a ocorrência. Porém, ainda segundo a PM, ao chegar no endereço os bombeiros já haviam constatado a morte de Laura.
Pai de Laura diz que viu marcas no pescoço da filha, que teriam sido provocadas pelo cinto da cadeirinha. "Quando cheguei lá e vi o corpinho dela, [tinham] marcas no pescoço, nariz com sangue. Muito triste ver o corpinho da minha filha saindo [sendo levado] pelo IML", declarou Pablo Vitor em entrevista à TV Globo.
Pablo também relata negligência da dona da creche. "A cuidadora colocou ela para dormir no bebê conforto. Duas horas depois de silêncio, ela foi olhar e disse que a criança tinha sido sufocada na cadeirinha".
Caso é investigado pela 24ª Delegacia de Polícia de Ceilândia. Em nota, a Polícia Civil informou que a morte de Laura é investigada como homicídio culposo -quando não há intenção de matar. A polícia também recolheu as câmeras de segurança do local onde a creche funcionava para ajudar a elucidar o ocorrido.
Cuidadora prestou depoimento e foi liberada. Como ela não teve o nome divulgado, não foi possível localizar sua defesa para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Creche irregular
Local onde Laura Rebeca morreu não tinha permissão para funcionar como creche. Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que o endereço não tinha autorização para operar como creche pública ou credenciada.
Secretaria afirmou que o caso será investigado. "Por se tratar de estabelecimento em situação irregular, comunicamos que o Conselho de Educação adotará as medidas cabíveis para a devida apuração dos fatos", afirmou a pasta.
Polícia não informou há quanto tempo o local funcionava como creche. Também não foi divulgada qual a idade e a quantidade de crianças que ficam sob os cuidados da mulher.
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