Século 17
A região de Jundiaí era habitada por povos indígenas até o final do século 17. Eles se dedicavam à produção de milho e mandioca. O nome Jundiaí tem origem tupi e vem da palavra “jundiá”, que significa “bagre” e “y” significa “rio”. Alguns estudiosos também consideram o termo “yundiaí” como “alagadiços de muita folhagem e galhos secos”.
Os primeiros colonizadores chegaram à região em 1615. Apesar das controvérsias dos historiadores, a versão mais aceita sobre a fundação do município remete à vinda de Rafael de Oliveira e Petronilha Rodrigues Antunes que, por motivações políticas, fugiram de São Paulo e refugiaram-se nos arredores, fundando a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, posteriormente elevada à categoria de Vila em 14 de dezembro de 1655, data em que comemoramos o aniversário da cidade.
Século 18
Entre os séculos XVII e XIX, Jundiaí manteve uma economia essencialmente agrícola e de subsistência, voltada ao abastecimento de moradores, tropeiros e bandeirantes que cruzavam a região — então conhecida como “Portão do Sertão”, por ser passagem obrigatória das entradas e bandeiras rumo ao interior. A cidade, formada por antigas sesmarias da Capitania de São Vicente, utilizava majoritariamente mão de obra indígena escravizada, prática que persistiu mesmo após ser proibida por lei.
Com estrutura urbana simples, Jundiaí contava com apenas quatro ruas principais — Direita, do Meio, Nova e Boa Vista — e construções em taipa ou pau a pique, cobertas por sapé. O cotidiano era marcado pela vida rural e modesta, com iluminação a querosene, abastecimento de água em bicas públicas e um pequeno núcleo religioso formado pela Capela de Nossa Senhora do Rosário, o Hospício dos Beneditos e o Mosteiro de São Bento. O Largo do Rocio, atual Praça da Bandeira, era o centro do comércio local, impulsionado pela produção de cana-de-açúcar, destinada principalmente à fabricação de aguardente.
Século 19
A partir da segunda metade do século XIX, o avanço da produção cafeeira em direção ao oeste impulsionou o crescimento de Jundiaí. O desenvolvimento econômico veio acompanhado da chegada das ferrovias e da instalação das primeiras indústrias, transformando a cidade em um importante ponto de ligação entre o interior e o litoral paulista. A inauguração da Ferrovia Santos-Jundiaí, em 1867, coincidiu com a crise do sistema escravista e a consequente busca por novos trabalhadores, dando início ao processo de imigração europeia incentivado pelo governo federal.
Os imigrantes italianos foram os primeiros a se estabelecer, especialmente na Colônia e no Núcleo Barão de Jundiaí, criado pelo Conde de Parnaíba. Posteriormente, outras nacionalidades europeias contribuíram para o fortalecimento do comércio, da agricultura e da indústria local. Com isso, Jundiaí consolidou-se como um importante centro ferroviário, abrigando, além da Ferrovia Santos-Jundiaí (1867), a Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1872), a Cia. Ituana (1873), a Cia. Itatibense (1890) e a Cia. Bragantina (1891) — pilares da modernização econômica e da expansão urbana da cidade.
Século 20
Em 1920, Jundiaí contava com 44.437 habitantes e já havia implantado importantes serviços urbanos, como o abastecimento de água (1881), a energia elétrica (1905) e o telefone (1916). Nas décadas de 1920 e 1930, a cidade recebeu novos imigrantes, especialmente japoneses, que se somaram aos europeus na formação de uma comunidade trabalhadora e empreendedora.
O processo de industrialização se desenvolveu ao longo das vias de circulação, com destaque para as áreas próximas à ferrovia e ao Rio Guapeva, onde se concentravam indústrias têxteis e cerâmicas. Nas décadas de 1930 e 1940, o crescimento industrial ganhou força e, após a inauguração da Rodovia Anhanguera, em 1948, Jundiaí atraiu novas empresas, incluindo metalúrgicas, consolidando sua vocação para o trabalho, o progresso e o desenvolvimento econômico.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.