PESTICIDA

Operação em Franca prende 21 e fecha 5 laboratórios clandestinos

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Laís Bachur/GCN
Rafael Queiroz Piola, promotor do Gaeco, Adriano Vanderlei Mellega, promotor do Gaeco, Major PM Jean Gustavo e Major PM Erivaldo
Rafael Queiroz Piola, promotor do Gaeco, Adriano Vanderlei Mellega, promotor do Gaeco, Major PM Jean Gustavo e Major PM Erivaldo

A Operação Pesticida, desencadeada em Franca e região na manhã desta quarta-feira, 10, prendeu 21 pessoas e estorou cinco laboratórios clandestinos e gráficas que falsificavam rótulos de embalagens de agrotóxicos. Segundo as autoridades que estavam à frente da ação, o foco é combater organizações criminosas especializadas na falsificação, adulteração e comercialização ilegal de agrotóxicos, uma prática já conhecida e recorrente na região.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, a Polícia Militar, o Batalhão da Polícia Ambiental, equipes do GPAAR, o 11º Baep de Ribeirão Preto e o 15º Batalhão de Franca cumpriu 25 mandados de prisão temporária e cerca de 85 mandados de busca e apreensão em Franca e cidades da região.

Ao longo do dia, os agentes localizaram e desmontaram cinco laboratórios e gráficas clandestinas, muitos deles instalados em áreas rurais de Franca. No total, 21 pessoas foram presas, incluindo quatro mulheres. Entre os detidos, há indivíduos que, segundo o Ministério Público, já tinham sido condenados anteriormente pelo mesmo tipo de crime.

O promotor de Justiça Adriano Vanderlei Mellega, do Gaeco - Núcleo de Franca, explicou que o objetivo desta fase da operação foi atingir diretamente três núcleos fortes da organização criminosa. Segundo ele, o trabalho é contínuo e vem sendo desenvolvido de forma sistemática devido à alta reincidência desses grupos.

“Alguns dos alvos presos hoje já possuem condenações anteriores pela prática do mesmo crime. A contumácia é notória, por isso medidas como essa são essenciais”, afirmou o promotor.

Durante as ações, também foram apreendidas quatro armas de fogo, dois simulacros, munições, entorpecentes, pés de maconha, dois veículos ligados ao grupo, mais de R$ 8 mil em dinheiro e até animais silvestres, entre eles um papagaio-galego, espécie ameaçada de extinção.

As investigações apontam que os agrotóxicos falsificados eram vendidos para produtores rurais de vários estados e até enviados para fora do país. Os criminosos usavam diferentes formas de transporte: transportadoras terceirizadas, veículos próprios e até remessas irregulares pelos Correios. Um dos alvos chegou a ser localizado no Espírito Santo, onde estaria prestes a entregar uma carga de produtos adulterados.

A operação também identificou a participação de um advogado no bairro City, Petrópolis, apontado como o “cabeça” do núcleo responsável pelos laboratórios e falsificação. A estrutura era profissional e altamente organizada, capaz de produzir embalagens, rótulos e insumos semelhantes aos originais, dando aparência legítima aos produtos ilícitos.

Os crimes investigados incluem organização criminosa, falsificação e adulteração de agrotóxicos, crimes ambientais, lavagem e ocultação de bens e valores e falsificação de documento público. Durante o cumprimento dos mandados, também surgiram flagrantes adicionais, como posse irregular de armas, drogas e munições.

O Gaeco avalia que os resultados desta quarta-feira representam um avanço importante no desmantelamento do esquema, reduzindo riscos à saúde de agricultores, consumidores e ao meio ambiente. "Os agrotóxicos adulterados podem causar danos severos às plantações, contaminar o solo e afetar diretamente os alimentos que chegam ao consumo humano", concluiu Major PM Ambiental Jean Gustavo.

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