Pode não parecer, mas em Franca o esgoto não vai apenas pelo ralo… Ele vira combustível! Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Franca), a Sabesp transforma o que ninguém quer ver em biometano, um combustível renovável que abastece 40 carros da própria Companhia, todos equipados com cilindros, como se fossem movidos a gás. Desde 2018, já foram gerados mais de 177 mil m³ de biogás, quantidade capaz de substituir 177 mil litros de gasolina e dar 60 voltas ao redor da Terra! A economia? Mais de R$ 700 mil. Em Franca, a descarga que você dá - sem nem imaginar - vira energia limpa, vira combustível para veículos.

2. Sommelier de água: o sabor invisível
Em Franca, a água tem até degustadores profissionais, os sommeliers da água, para garantir a qualidade do produto servido aos moradores. Eles avaliam cor, aroma, textura e sabor, percebendo detalhes que o nosso paladar não consegue identificar. O treinamento desse time de especialistas inclui testes sensoriais com chocolate, chá preto, mirra e gengibre. São 89 degustadores, e tem até um pré-requisito: não pode ser fumante, porque o cigarro interfere no olfato e paladar.

3. 100% de tratamento de esgoto
Franca está na elite do saneamento: todo o esgoto coletado é tratado. A cidade sempre esteve à frente: já tratava esgoto na década de 1930 - os antigos tanques ainda podem ser vistos na Avenida Ismael Alonso y Alonso, perto do posto Galo Branco. Em 1977, a Prefeitura repassou o controle à Sabesp. O marco foi a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto, a ETE Franca, em março de 1998. A estação trata em média 550 litros por segundo e remove 97% da carga orgânica antes que a água volte aos rios. O resultado? Mais saúde pública, mais proteção ambiental e uma cidade modelo para o país.

4. IA caçadora de vazamentos
Nem todo vazamento aparece na rua. Muitos estão escondidos sob o asfalto e só fazem barulho para quem sabe ouvir. Para encontrá-los, Franca usa um combo de tecnologia + ouvido treinado. A Inteligência Artificial ajuda para analisar as gravações feitas durante a madrugada, quando a cidade está silenciosa. Técnicos percorrem os bairros com hastes de escuta e captam os sons das redes de água. Esses áudios são enviados para um aplicativo com mais de 2 milhões já catalogados, onde um algoritmo compara os ruídos de Franca com o banco de dados e indica os lugares suspeitos. As coordenadas vão direto para os geofonistas, profissionais que usam geofones (um fone, que é uma espécie de estetoscópio de solo) e decifram os sons que a rede emite. A IA aponta o caminho, e o ouvido treinado confirma. É parceria entre Sherlock Holmes digital e detetives especialistas em canos.
5. Usinas fotovoltaicas: o sol também trabalha pela cidade
Em Franca, o saneamento também recebe ajuda do céu - literalmente. A cidade conta com uma usina solar na Estação de Tratamento de Água, a ETA Sul, no Jardim Aeroporto, em funcionamento desde fevereiro deste ano, com 0,5 MW de potência. Os painéis produzem energia limpa que é injetada na rede da concessionária, ajudando a compensar o consumo dos sistemas de tratamento e distribuição de água.
6. Uma mini-hidrelétrica sob nossos pés
Em uma pequena praça do bairro Parque das Esmeraldas, o que parece apenas uma caixa de concreto no chão guarda uma tecnologia inovadora. Uma Turbina de Controle de Perdas, uma espécie de mini-hidrelétrica subterrânea que regula as redes de água para evitar vazamentos… e ainda produz energia elétrica para autoconsumo. Hoje ela atende 11 bairros, com 27 km de rede e 973 ligações ativas, beneficiando mais de 3,4 mil pessoas. Quando a pressão está alta demais, a turbina entra em ação e gera energia. E mais: a água recuperada em um ano seria suficiente para abastecer todos esses bairros por 40 dias inteiros. Uma caixa de concreto que parece comum, mas é um exemplo prático de sustentabilidade, bem debaixo dos nossos pés.

7. Quanto de água Franca consome por dia?
Franca tem sede - e a cidade bebe como gente grande! São 143.769 ligações de água ativas e um consumo médio de 68 milhões de litros por dia. Para atender essa demanda, as Estações de Tratamento de Água funcionam como laboratórios gigantes: a água bruta chega dos rios “cheia de personalidade”, mas sai pronta para consumo. São análises, filtros, tecnologia e muito controle de qualidade para que o francano nem perceba a engenharia por trás de cada gole.

8. Uma viagem pelo subsolo
Debaixo dos pés do francano existe uma verdadeira rodovia invisível. São 1.533 km de rede de água e 1.265 km de rede de esgoto. Somando tudo, são 2.798 km de tubulação! Se esticássemos toda essa rede, daria para ir e voltar de Franca a São Paulo quase três vezes, ou viajar de Franca até Belém do Pará, cruzando praticamente metade do Brasil. Essa infraestrutura conecta casas, indústrias, comércios e escolas para que recebam água potável e tenham esgoto coletado. É ela que garante que a água chegue onde deve e que o esgoto vá para onde precisa. Uma engenharia que move a cidade, mesmo quando ninguém vê.

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