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5 prédios, um tapa e queda de telhado: a Câmara de Franca

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Sampi/Franca
Reprodução
Plenário da Câmara Municipal de Franca e o tapa desferido pelo ex-vereador Luiz Carlos Vergara contra um munícipe
Plenário da Câmara Municipal de Franca e o tapa desferido pelo ex-vereador Luiz Carlos Vergara contra um munícipe

A primeira eleição da Câmara Municipal de Franca aconteceu em 29 de novembro de 1824, um dia após a então Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca ser elevada à condição de Vila Franca do Imperador. O processo ocorreu na presença do ouvidor da Comarca de Itu, Dr. Antonio d’Almeida e Silva Freire da Fonseca. Os eleitos tomaram posse em 30 de novembro. O primeiro presidente do Legislativo francano foi o vereador Alferes José Justino Faleiros.

2- Vereador com mais mandatos

O vereador com mais mandatos da história de Franca é José Mercuri, que permaneceu quase quatro décadas no Legislativo. Ao todo, foram 39 anos de atuação e nove legislaturas consecutivas. Ele foi eleito pela primeira vez em 1963 e só deixou o cargo no fim de 2002, quando morreu aos 76 anos, após complicações de uma cirurgia cardíaca.

3- Sobrenome de confiança para os francanos

A história da família Mercuri está profundamente ligada à Câmara Municipal de Franca. Além dos mandatos de José Mercuri, a família ainda teve Oscar Mercuri, que exerceu um mandato no Legislativo. A tradição segue com Donizete da Farmácia, que já acumula cinco mandatos. Somados, são mais de seis décadas de atuação — “uma vida”, brincou Donizete em entrevista ao GCN.

4- A pioneira

A primeira mulher eleita vereadora em Franca foi Bel Nascimento, que cumpriu mandato entre 1989 e 1992, pelo PT. Ela também se tornou a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Depois dela, outras vereadoras ocuparam cadeiras no Legislativo: a hoje deputada estadual Delegada Graciela, Andréa Silva, Cristina Vitorino, Fátima das Fraldas, Lindsay Cardoso, Lurdinha Granzotte, Maria Inês Archetti, Marília Martins, Pastora Miriam, Rita Reis e Valéria Marson.

5- O mandato com mais mulheres

A atual legislatura, de 2025 a 2028, é a que reúne o maior número de vereadoras na história da Câmara Municipal de Franca. São três mulheres — Andréa Silva, Lindsay Cardoso e Marília Martins —, o equivalente a apenas 20% das 15 cadeiras do Legislativo.

6- O tapa

Em 3 de março de 2015, a Câmara Municipal de Franca foi palco de uma das cenas mais graves já registradas em sua história: o então vereador Luiz Carlos Vergara deu um tapa no rosto do marceneiro Hélio Pinheiro Vissotto durante sessão — depois de ser questionado sobre sua postura política. A agressão foi tão violenta que os óculos da vítima voaram metros adiante. Aos gritos, Vissotto denunciava a mudança de posição de Vergara, que havia deixado a oposição para assumir a liderança do governo na Câmara. O parlamentar foi suspenso por 60 dias, foi multado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 20 mil e pediu desculpas publicamente.

7- Prédios no Centro

Três prédios do Centro já abrigaram o Legislativo francano. O primeiro deles foi o imóvel onde hoje funcionam os Correios. Depois, a Câmara mudou-se para o prédio que atualmente é o Museu Histórico “José Chiachiri”. Mais tarde, passou para um imóvel na Praça Nossa Senhora da Conceição, na rua Major Claudiano, onde permaneceu até 1974.

8- Desavenças entre Câmara e Prefeitura

Até 1969, a Câmara Municipal e a Prefeitura compartilhavam o prédio onde hoje funciona o Museu Municipal. As sessões da Câmara eram realizadas no andar superior, enquanto as reuniões da Prefeitura aconteciam no térreo. Havia apenas uma entrada, pela porta da frente. Na época, os dois poderes já acumulavam desavenças. Em alguns episódios, a Prefeitura chegava a trancar a porta e levar a chave, impedindo a entrada ou saída dos vereadores. Para evitar novos conflitos e o caos que isso gerava, foi construída uma escada externa ligando o piso superior ao térreo. Ela acabou apelidada de “escada do medo”.

9- Do almoxerifado à casa própria

O quarto endereço da Câmara foi o antigo almoxarifado da Prefeitura, na rua Capitão Anselmo, adaptado para receber o Legislativo. Hoje, o órgão funciona em sua sede definitiva, na rua da Câmara, próxima à rodoviária. Idealizado pelo então vereador Dr. Joaquim Pereira Ribeiro, o prédio atual foi inaugurado em 2010.

10- Queda do telhado

Apesar de ser relativamente novo, o prédio atual já acumula problemas estruturais. Em janeiro de 2020, parte do teto do plenário desabou e as atividades precisaram ser suspensas. Uma placa de gesso de cerca de cinco metros caiu sobre a mesa principal e atingiu parte da bancada dos vereadores. A área administrativa, localizada na parte baixa do edifício, também ficou alagada. O plenário chegou a ser interditado.

11- A reforma interminável

A obra de revitalização da Câmara Municipal de Franca só deve ser retomada em 2026. Iniciada em outubro de 2023, a reforma tinha previsão de oito meses para ser concluída, mas a empresa responsável, a Terra Construtora, pediu sequenciais aditamentos de prazo e de valor até que o contrato fosse rescindido em 14 de agosto. O custo inicial era de R$ 2,5 milhões, mas já ultrapassava R$ 3 milhões quando o acordo foi rompido.

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Comentários

3 Comentários

  • Helio Pinheiro Vissotto 4 dias atrás
    Antonio Carlos, o teu \"não virou nada\" foi apenas ter que pagar R$ 73.137,10 por um back-hand de bosta. Nem Federer ganha isso por um back-hand perfeito. Kkkkkkk....
  • Tapanacara 4 dias atrás
    Nossa, que \"bulachada\"
  • Antonio Carlos 5 dias atrás
    O back-hand do Vergara ganhou até do Federer, histórico......e não virou nada, né?.