A 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu, nesta quinta-feira, 27, parte dos investigados por agiotagem em Franca e determinou a soltura imediata de todos os réus que estavam presos desde a primeira fase da operação Castelo de Areia. A decisão também revogou o bloqueio de imóveis e valores que tinham sido apreendidos durante a investigação.
Com o novo entendimento do Tribunal, sete homens deixaram a prisão: Evanderson Lopes Guimarães, Douglas de Oliveira Guimarães, Ezequias Bastos Guimarães, Ronny Hernandes Alves dos Santos, Bruno Bastos Guimarães, Leomábio Paixão da Silva e Rogério Camilo Requel, ex-policial civil.
O TJ-SP decidiu absolver totalmente quatro deles — Ronny, Bruno, Leomábio e Rogério — das acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Para os outros três (Evanderson, Douglas e Ezequias), parte das acusações foi derrubada, e as penas que ainda restavam foram consideradas já cumpridas. Por isso, todos também foram colocados em liberdade.
Além da soltura, o Tribunal também determinou o desbloqueio dos bens dos réus absolvidos, incluindo imóveis, veículos e dinheiro que estavam retidos desde o início do processo.
No caso de Evanderson, dois imóveis que haviam sido declarados perdidos em primeira instância também foram liberados. Segundo o acórdão, os valores já apreendidos são suficientes para atender à legislação e manter a retenção dos imóveis seria "desproporcional".
A decisão ainda manda comunicar o Deecrim (Departamento de Execuções Criminais) para atualizar a situação de cada processo e ajustar o andamento das penas que foram reduzidas.
O processo corre em segredo de Justiça na fase de execução, e o Tribunal não detalhou, no documento, quais elementos levaram à absolvição de parte dos acusados.
Justiça havia imposto 20 anos de prisão e confisco de bens ao grupo
Os sete homens haviam sido denunciados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público na Operação Castelo de Areia, deflagrada em 24 de novembro de 2023, por agiotagem em Franca. Em 19 de dezembro de 2024, a 3ª Vara Criminal de Franca condenou o grupo pelos crimes investigados.
Na época, eles foram sentenciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro, usura e corrupção ativa e passiva. Cada um recebeu pena de 20 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de 80 dias-multa.
A decisão também determinou o confisco de valores bloqueados nas contas dos réus e de cinco imóveis comprados com dinheiro oriundo da prática criminosa.
Segundo o MP-SP, a quadrilha atuava em Franca emprestando dinheiro a juros abusivos e, quando havia atraso, recorria a ameaças graves e violência contra os devedores.
Leia mais: Sete agiotas de Franca são condenados a 20 anos de prisão
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Comentários
3 Comentários
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ISRAEL PEREIRA 29/11/2025Vdd Isabel... E o mais suspeito de tudo, pq o processo lá andou em segredo de justiça?... Agora usura não virou crime mais?... Palhaçada! -
Isabel 28/11/2025Já passou da hora de se investigar o TJSP pq não é de hoje que liberam bandidos. Algo de muito suspeito acontece lá e cabe ao MP agir. -
Njr 27/11/2025Essa justiça brasileira vale m.... nenhuma...