Nos últimos meses, o "golpe do falso advogado" tem se espalhado pelo país e preocupa tanto a advocacia quanto os cidadãos que buscam auxílio jurídico. Criminosos criam perfis falsos de profissionais, clonam escritórios reais e entram em contato com vítimas por telefone, e-mail ou aplicativos de mensagem, apresentando-se como advogados de causas em andamento. Com documentos e informações obtidas em bases públicas, eles simulam atendimentos legítimos e, em seguida, solicitam valores sob pretexto de custas, honorários ou acordos judiciais. O golpe explora a confiança no profissional do Direito e o desconhecimento das partes sobre os procedimentos judiciais.
Como o golpe é aplicado
Geralmente, os estelionatários obtêm dados de processos disponíveis nos portais dos tribunais e entram em contato direto com as partes, usando linguagem técnica e algumas informações verídicas para dar credibilidade. Em muitos casos, os perfis falsos incluem o número da OAB de advogados reais, sites clonados e até escritórios falsos criados com identidade visual idêntica à de profissionais conhecidos. O contato é insistente e urgente: dizem que há prazos para pagamento ou riscos de bloqueio judicial, induzindo a vítima a transferir valores via PIX. Após a transação, o falso profissional desaparece.
O papel dos Tribunais e novas medidas de segurança
Diante o aumento desses golpes, diversos Tribunais e a própria OAB têm adotado novas medidas de segurança. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reforçou orientações sobre o sigilo de dados processuais e incentivou o uso de comunicações oficiais pelo sistema PJe e aplicativos institucionais. Alguns Tribunais de Justiça implementaram autenticação em dois fatores, selos digitais e sistemas de verificação de autenticidade de intimações e certidões. Além disso, a OAB criou canais de denúncia específicos e campanhas de conscientização para que a população verifique a identidade do profissional antes de qualquer pagamento ou envio de documentos.
Como se proteger e confirmar a
identidade do advogado
Antes de realizar qualquer transação, o cidadão deve verificar se o advogado realmente existe e está ativo no site da OAB (www.oab.org.br), confirmar o endereço de e-mail e o telefone diretamente com o escritório indicado e nunca realizar pagamentos por mensagens instantâneas. Nenhum advogado legítimo solicita depósitos sem contrato formal ou guia oficial de recolhimento judicial. Desconfie também de comunicações que não utilizem domínios institucionais (como @oab.org.br ou @tj.gov.br) e de abordagens fora dos canais oficiais do processo.
Fique atento!
A segurança jurídica começa pela informação. Se receber contato de suposto advogado, procure confirmar todos os dados antes de agir. Não forneça documentos pessoais, senhas, números de processo ou comprovantes de pagamento por aplicativos. Em caso de suspeita, registre boletim de ocorrência, comunique a OAB e o Tribunal correspondente. A prevenção e a checagem cuidadosa são as principais defesas contra o golpe do falso advogado.
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