“Já fui à Vigilância Sanitária, já fui ao Ministério Público, à Defensoria, e nada resolve. Todo fim de semana é a mesma coisa.” O desabafo é de uma moradora da rua Dom Felício César da Cunha Vasconcelos, na Vila Exposição, em Franca. Ela e outros vizinhos dizem viver um tormento por causa das festas e dos aluguéis de temporada em um imóvel da via, que, segundo eles, acabam com o sossego da vizinhança.
“É grito, som alto e bagunça. Quando sabem que não podem pôr música, ficam gritando o tempo todo. A gente não tem sossego. Eu chego a ficar nervosa só de ouvir o barulho começar”, contou a mulher, que preferiu não se identificar com medo de represálias.
Os moradores dizem que o problema ocorre há anos e já foi alvo de denúncias à Prefeitura de Franca, à Vigilância Sanitária e ao Ministério Público. “Tem vizinho com criança autista que precisa sair de casa por causa do barulho. É desumano. A gente só quer paz dentro da nossa casa”.
Ministério Público e Prefeitura de Franca
Um procedimento foi instaurado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo para apurar o caso. O documento, assinado pelo promotor Carlos Henrique Gasparoto, confirma que a denúncia foi feita por uma moradora e se refere à realização de eventos com emissão de ruídos excessivos no imóvel desde 2020.
Segundo o relatório, a Promotoria oficiou a Prefeitura de Franca para vistoriar o local, mas não obteve resposta no primeiro momento, tendo que reiterar o pedido. Posteriormente, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Visam (Setor de Vigilância Ambiental, Sanitária e de Posturas), informou que foram feitas inspeções no imóvel em dias e horários alternados.
De acordo com a Visam, "nos dias em que havia festas, estas eram realizadas pelo filho do proprietário" e, nas demais diligências, o local estava fechado, sem constatação de perturbação do sossego. Diante disso, o Ministério Público decidiu arquivar o procedimento, alegando que não havia elementos que comprovassem a continuidade das irregularidades nem risco coletivo que justificasse novas investigações.
No despacho de arquivamento, o promotor destacou que "eventuais problemas pontuais, como som alto ou estacionamento irregular, devem ser solucionados por vias próprias, como o acionamento da Polícia Militar ou medidas judiciais cabíveis".
A decisão gerou frustração entre os moradores, que afirmam continuar enfrentando o problema. “A gente manda vídeo, gravação, chama a polícia, mas nada muda. O Ministério Público arquivou, a prefeitura não aparece e a polícia demora para vir. A sensação é de abandono”, disse a moradora.
Além do barulho, os vizinhos relatam carros estacionados de forma irregular e discussões constantes em frente ao imóvel. "Meu marido trabalha em hospital, faz plantão à noite e precisa descansar. No domingo, é impossível dormir. E tem idosos aqui que sofrem ainda mais com isso", completou.
A reportagem procurou a Prefeitura de Franca sobre o caso, mas, até o fechamento deste texto, não obteve resposta.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.
Comentários
3 Comentários
-
Roberto 29/10/2025Eu já vivi um inferno desse por duas vezes, uma vez fui vizinho de uma casa de prostituição em uma das ruas mais importante do Jardim Pedreiras a outra foi no mesmo imóvel alugado para uns estudantes, onde o som alto perturbava toda família. Deu trabalho para acabar com a perturbação. -
Dirceu 27/10/2025Governo só é bom pra cobrar imposto. Esses casos de som alto e bagunça, não dá em nada... nem polícia atende. Os moradores ficam refém sem saber o que fazer. -
Aguinaldo 27/10/2025Convida o prefeito e o tal promotor a passar um fim de semana na sua casa , se foce ao lado da casa deles já tinham resolvido isso vergonhoso isso