VIOLÊNCIA NO CAMPUS

'Fui impedido de entrar na sala de aula', diz professor da Unesp

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
GCN/Sampi
Reprodução/Instagram/UJC
Imagens divulgadas (já com os rostos borrados) pelos estudantes mostram momento do confronto
Imagens divulgadas (já com os rostos borrados) pelos estudantes mostram momento do confronto

"A simples ideia de que eu teria agredido um grupo com dezenas de pessoas é, no mínimo, pouco plausível.” A afirmação é do professor Gabriel Cepaluni, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca, em entrevista ao Portal GCN/Sampi, na última sexta-feira, 10.

O docente está envolvido no episódio ocorrido no dia 2 de setembro, quando uma manifestação de estudantes do curso de Relações Internacionais, convocada pelo Cari (Centro Acadêmico de Relações Internacionais) "João Cabral de Melo Neto", terminou em confusão dentro da universidade.

Os alunos afirmam que o professor agrediu quatro estudantes durante o protesto, enquanto ele sustenta ter sido vítima de agressão. A Unesp informou que instaurou um procedimento de apuração preliminar, que pode durar até 60 dias.

Leia mais:
Unesp Franca investiga suposta agressão entre professor e alunos

Cepaluni diz que publicações na internet continuam a difamá-lo, "tentando inverter os fatos de maneira, por vezes, absurda". Leia a entrevista:

Portal GCN/Sampi: Como o senhor descreve o que aconteceu no dia 2 de setembro, no momento da manifestação?
Gabriel Cepaluni: 
Compareci à Universidade para ministrar aula e fui surpreendido por um grupo de pessoas que gritava uma série de ofensas nos corredores. Ao me aproximar para compreender o motivo, fui impedido de entrar na sala de aula, empurrado e agredido fisicamente, vindo a perder meus óculos e chapéu, que desapareceram durante o tumulto. O servidor Florisvaldo Apolinário, agente de vigilância da unidade, interveio e me retirou do local, conforme consta no Boletim de Ocorrência nº MV4180-1/2025, registrado na Delegacia Eletrônica de Franca.

Houve algum tipo de interação verbal ou física entre o senhor e os estudantes antes do registro da ocorrência?
Não houve qualquer interação prévia de natureza conflituosa, antes do dia da agressão. Na ocasião, apenas tentei dialogar para entender o motivo da manifestação e verificar se havia provas das acusações feitas, mas o grupo recusou diálogo.

O senhor relatou ter registrado boletim de ocorrência por lesão corporal - poderia esclarecer como essas lesões ocorreram?
Fui atendido em pronto-socorro e encaminhado ao IML (instituto Médico Legal), que emitiu o respectivo atestado. O boletim de ocorrência foi registrado por lesão corporal consumada (art. 129 do Código Penal), com autoria ainda a ser apurada. Hoje estou afastado por diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático.

Como o senhor responde às acusações de assédio e perseguição feitas publicamente pelos estudantes?
Rejeito integralmente essas acusações, que são infundadas e carecem de qualquer prova. Não existe, até o momento, decisão administrativa ou judicial que me vincule a qualquer conduta desse tipo. Reitero que todas as minhas atividades acadêmicas sempre se pautaram pelo respeito aos estudantes e aos princípios éticos da Universidade. Infelizmente, publicações na internet continuam a me difamar, tentando inverter os fatos de maneira, por vezes, absurda. A simples ideia de que eu teria agredido um grupo com dezenas de pessoas é, no mínimo, pouco plausível.

O senhor teme pela sua segurança ou reputação acadêmica após o episódio?
Sim. Após o episódio, comuniquei formalmente à direção da Unesp a suspensão temporária de minhas atividades docentes, temendo por minha integridade física e mental, até que houvesse garantias mínimas de segurança.

Há alguma mensagem que o senhor gostaria que fosse publicada?
Defendo que a Universidade seja um espaço de diálogo, respeito e pluralidade de ideias. A violência - física ou moral = jamais pode ser instrumento legítimo em ambiente acadêmico. Espero que as investigações em curso esclareçam os fatos e que todos possam se sentir seguros para ensinar e aprender.

Portal GCN/Sampi tentou contato com o Cari (Centro Acadêmico de Relações Internacionais) e com a UJC (União da Juventude Comunista), na quarta-feira, 8, mas não obteve retorno.

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Comentários

4 Comentários

  • Ordans 13/10/2025
    Fatos distorcidos outras agressões desta natureza já ocorreram em outras escolas é a turminha do todes recentemente ocorreu protestos dentro da APEOESP em favor do Ramas grupo terrorista que já matou milhares de Isrraelitas nas faixa de Gaza,Agora no governo do Amor tudo pode está CORJA DE VAGABUNDOS APOIADORES DE NARCO TRAFICANTES,TERRORISTA tudo pode.
  • ALVARO 13/10/2025
    União da Juventude COMUNISTA! O nome já diz muito sobre esses militantes.
  • juarez 13/10/2025
    Puro mi mi mi.
  • A 13/10/2025
    Universidades sao antros de psicopatas comunistas e terroristas