CONQUISTA

Francana se torna árbitra aspirante da FIJ e faz história no judô

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Sensei Edson Minakawa, coordenador de arbitragem da CBJ; sensei Janaina Diniz, francana aspirante à FIJ; e Marilaine Ferrante, coordenadora de arbitragem de SP
Sensei Edson Minakawa, coordenador de arbitragem da CBJ; sensei Janaina Diniz, francana aspirante à FIJ; e Marilaine Ferrante, coordenadora de arbitragem de SP

A francana Janaina Silva Diniz, de 48 anos, professora de judô e proprietária da escola Kaishu, alcançou uma conquista inédita ao se tornar árbitra aspirante da FIJ (Federação Internacional de Judô). Ela é a primeira mulher da 12ª Delegacia da Federação de Judô a chegar a esse nível, após ser aprovada em um rigoroso exame realizado em João Pessoa, na Paraíba.

Janaina descreve a conquista como “uma graduação diante do trabalho realizado dentro da arbitragem e abertura de novas oportunidades”. Para ela, o momento da confirmação da aprovação foi de intensa emoção. “Foi uma alegria enorme, uma graduação esperada é sempre muito bom”, contou.

Representatividade feminina

Ser a única mulher da delegacia a alcançar o título tem um peso especial. “É importante para que outras mulheres atletas do judô que sonham em se tornarem árbitras não desistam dos seus sonhos, mesmo em um espaço onde o masculino tem muito peso. Com dedicação e disciplina é possível”, afirmou.

Trajetória no judô

A relação de Janaina com o judô começou aos 27 anos, quando decidiu realizar um sonho de infância. Ao chegar à faixa marrom, iniciou sua trajetória como árbitra e logo se apaixonou pela função. A caminhada até a arbitragem internacional exigiu sacrifícios pessoais.

“São muitos os desafios, é preciso estar presente em inúmeros campeonatos, abrir mão de finais de semana, enfrentar longas viagens e deixar de estar em momentos importantes com a família, sempre em busca de conhecimento e da pontuação necessária para cada graduação”, explicou.

Apesar da rotina intensa, ela garante que nunca pensou em desistir. “Sempre tive a certeza de que a arbitragem faria parte da minha vida”.

O exame em João Pessoa

O processo de aprovação para aspirante FIJ envolveu várias etapas. Janaina gravou previamente um vídeo de Nague no Kata, passou por uma prova objetiva sobre as regras de arbitragem de 2025, realizou uma prova de conversão em inglês e foi avaliada em prática durante o Campeonato Brasileiro Sub-13 e Sub-15. Entre os pré-requisitos estavam ser faixa-preta nidan, ter feito o credenciamento técnico 2025 e possuir no mínimo dois anos de experiência como nacional A.

Impacto em Franca

A sensei destaca que a conquista não é apenas pessoal. “É representar a nossa região em campeonatos importantes, mostrar que temos profissionais dedicados e que somos uma região que abraça o judô”, declarou.

Como mensagem para outras mulheres que buscam espaço em modalidades tradicionalmente masculinas, Janaina é enfática. “Nunca desistam. Estudem, se dediquem e corram atrás dos seus sonhos”.

Futuro e inspiração

Entre os próximos objetivos, a árbitra sonha em alcançar a graduação FIJ B e arbitrar em campeonatos internacionais de grande porte. As Olimpíadas estão fora do alcance devido ao limite de idade, mas ela garante que há muitos outros torneios nos quais pretende estar presente.

Além disso, busca incentivar novos árbitros e atletas da cidade, mostrando a importância da arbitragem. “É prazeroso fazer parte desse processo, que não se resume apenas às competições, mas contribui para elevar o nível do judô”, disse.

Conciliando a rotina de professora e árbitra, Janaina explica que os campeonatos geralmente acontecem nos finais de semana, o que permite compatibilizar com as aulas. Quando necessário, ela repõe os treinos para não prejudicar seus alunos. “O judô é o que eu amo, arbitrar me realiza. O judô é uma filosofia de vida”, concluiu.

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