Os detalhes da campanha Franca Tem Voz (#VoteFranca), que incentiva eleitores de Franca e região a fazer suas escolhas para deputado estadual e federal a partir de nomes de candidatos que tenham base eleitoral na cidade e região, foram apresentados ao bispo diocesano, Dom Paulo Roberto Beloto, e a 14 padres da Diocese durante encontro realizado nesta quarta-feira, 1º, na Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca).

Segundo estimativas dos organizadores da campanha Franca Tem Voz, dos 258 mil eleitores aptos a votar em Franca, a tendência é que apenas cerca de 118 mil votem em candidatos da própria cidade se a tendência dos últimos anos for mantida, o que inviabiliza a eleição de um deputado federal que defenda a cidade e limita o número de representantes na Assembleia Legislativa. O restante dos votos tende a ser destinado a candidatos de fora ou acabar em brancos e nulos, caso o cenário não mude. A projeção foi feita com base nos resultados dos últimos 20 anos de disputas eleitorais na cidade, a partir de um estudo inédito feito pelo jornalista Corrêa Neves Jr.

“A gente percebe que há uma preocupação com o nosso município, com a nossa região, de responsabilidade, de crescimento, de progresso, e acho que isso é muito importante”, disse o bispo.

Esse vazio político explica a falta de grandes investimentos, especialmente do Governo Federal. Obras de infraestrutura raramente saem do papel sem representantes locais que as defendam. O resultado é que outras cidades do interior recebem recursos e prestígio, enquanto Franca fica com uma participação menor do que teria direito por sua relevância e tamanho.

De caráter apartidário, a campanha foi detalhada ao bispo e aos padres presentes no encontro. “Tem uma frase muito bonita, do papa São Paulo VI, que diz: a paz é fruto do desenvolvimento. Então, quando um projeto beneficia a população, principalmente a mais carente, em áreas como educação, saúde e transporte, tem o nosso apoio, tem a nossa benção e as nossas orações”, completou Dom Paulo.

A iniciativa promoverá ações de conscientização, como um documentário sobre representatividade política e entrevistas com lideranças locais, além de sabatinas com candidatos em 2026. “Trata-se de um movimento cívico de conscientização”, pontuou o superintendente da Acif, Marcelo Rocha.