Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem entrando, na manhã dessa segunda-feira, 25, na Santa Casa de Patrocínio Paulista, para protestar contra o atendimento prestado ao seu pai, Carlos Roberto da Silva Paiva, de 55 anos, que morreu após internação na unidade. Nas imagens, o homem aparece segurando um objeto semelhante a um taco de beisebol.
Em relato enviado à reportagem, o filho João Pedro Silvério Paiva afirmou que sua intenção não foi de ameaçar ou agredir funcionários, mas de chamar atenção para o que considera falhas no atendimento. “Não ameacei, não agredi, não quebrei nada. Foi apenas um protesto para mostrar minha indignação”, declarou.
Segundo ele, Carlos Roberto deu entrada no hospital na sexta-feira, 22, após passar mal em Itirapuã, sendo diagnosticado inicialmente com suspeita de AVC. Durante o período de internação, João Pedro disse ter percebido demora no atendimento em momentos críticos, especialmente quando o pai apresentou pressão arterial muito alta.
“Alguns funcionários foram atenciosos, mas outros deixaram a desejar. Eu me senti sozinho, sem apoio em um momento crítico. Meu pai estava agitado, amarrado na maca, e chegou a soletrar a palavra ‘pressão’. Quando medi, estava 23, e mesmo assim demoraram para vir”, relatou.
Ele também afirmou que já havia perdido a mãe no ano passado, em outra situação de suposta falha de encaminhamento, e que este seria o terceiro caso de morte em um mês na Santa Casa por suposto mau atendimento.
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“Eu só quero que essas pessoas que não têm preparo não trabalhem mais lá. A gente precisa de respeito. Meu protesto foi para isso, não para prejudicar ninguém”, completou.
O que diz a Prefeitura de Patrocínio?
Em nota oficial, a Prefeitura de Patrocínio Paulista, responsável pela gestão da Santa Casa, manifestou pesar e solidariedade às famílias enlutadas pelos recentes óbitos na unidade. A administração afirmou que está prestando assistência aos parentes, inclusive com a liberação dos prontuários médicos conforme previsto em lei.
O município classificou como “acusação grave” qualquer afirmação de negligência médica e destacou que tais alegações precisam ser apuradas com responsabilidade. “Atribuir negligência sem a devida comprovação pode gerar desinformação e prejudicar a imagem de profissionais e instituições que se dedicam incansavelmente à saúde da população”, diz a nota.
A Prefeitura informou ainda que instaurou uma sindicância interna e um processo de investigação rigoroso para analisar os atendimentos realizados e apurar as circunstâncias de cada caso. A comissão responsável vai avaliar protocolos, procedimentos e condutas médicas.
Segundo a administração, o município tem investido em melhorias no setor de saúde, com modernização de equipamentos e capacitação das equipes, e reafirmou seu compromisso com a transparência, a ética e o bem-estar da população.
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