BRIGA NA JUSTIÇA

Volume de ações trabalhistas cresce na Justiça de Franca

Por Pedro Dartibale | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Reprodução/Google Maps
Justiça do Trabalho em Franca
Justiça do Trabalho em Franca

O volume de processos na Justiça do Trabalho de Franca está crescendo e a quantidade de casos pendentes de julgamento atingiu um novo pico. Um levantamento do primeiro semestre de 2025, com base em dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mostra que o número de novas ações trabalhistas superou em mais de 700 a quantidade de casos resolvidos, sobrecarregando o sistema e aumentando o estoque de processos na comarca.

De acordo com os dados, as Varas do Trabalho da cidade registraram a entrada de 3.169 novos processos entre janeiro e junho. No mesmo período, foram solucionados 2.466 casos. Essa diferença fez com que o número de ações pendentes de uma decisão final na cidade saltasse de 5.556, no fim de 2024, para 6.137 ao final do primeiro semestre de 2025.

O cenário local reflete um desafio estadual, embora com particularidades. Enquanto o índice de conciliação (acordos) do Estado de São Paulo é de 20,76%, o de Franca em 2024 foi de 19,5%, abaixo da média estadual. Entretanto no primeiro semestre de 2025 ficou ligeiramente acima, em 21,39%. Apesar disso, o número absoluto de audiências para acordo foi baixo, com apenas 11 realizadas no semestre, o que para especialistas, contribui para a sobrecarga do sistema.

“Falta estratégia e visão financeira no trato com ações trabalhistas. A cultura de conciliação precisa deixar de ser exceção para se tornar regra, e isso começa por dados, tecnologia e vontade de mudar”, afirma Lucas Pena, CEO da Pact Insights, legaltech especializada em passivos trabalhistas.

Apesar do desafio, a Justiça do Trabalho promoveu em maio a Semana Nacional da Conciliação, que em todo o Estado resultou em mais de 8,8 mil acordos, movimentando R$ 417 milhões. Para o especialista, a solução para o acúmulo de processos em cidades como Franca passa por uma mudança de mentalidade. “O que estamos propondo é simples: que as empresas troquem litígio por governança, custo por oportunidade, incerteza por economia”, conclui.

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Comentários

1 Comentários

  • Crise 21/09/2025
    Isso chama-se Crise. Em épocas de crise aumenta-se a procura pela Justiça do Trabalho