Durante a sessão legislativa desta segunda-feira (18), a vereadora Estela Almagro (PT) afirmou que Bauru precisa ingressar com urgência no debate sobre a reativação da Ferrovia Malha Oeste, que pode recolocar a cidade no mapa da infraestrutura logística nacional e sul-americana.
O tema foi trazido pela parlamentar após sua participação na audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande (MS) na última sexta-feira (15), que reuniu autoridades políticas, sindicatos e empresários de diversos municípios. A reunião foi convocada pela vereadora Luiza Ribeiro, presidente da Comissão Permanente de Políticas e Direitos Humanos, Cidadania e Mulheres.
A Ferrovia Malha Oeste, que liga Santos (SP) a Corumbá (MS), passando por Bauru, integra a chamada Rota 4, um dos cinco trechos de interesse dentro dos estudos sobre a viabilidade da Ferrovia Transoceânica, cujo acordo de cooperação foi assinado no mês passado entre Brasil e China. O projeto prevê rotas de interligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico e, assim, oferecer uma alternativa mais eficiente para o escoamento de produtos brasileiros ao mercado asiático, especialmente ao chinês, principal parceiro comercial do País.
O debate ganha força após o Tribunal de Contas da União (TCU) decidir pela impossibilidade de prorrogação do contrato de concessão da Malha Oeste pela empresa Rumo, assinado em 1996, com vigência até 2026. A deliberação determinou a realização de uma nova licitação, o que abre espaço para a discussão de um novo modelo de operação.
UNIÃO DE ESFORÇOS
Segundo Estela, a reativação da Malha Oeste permitiria o transporte de mercadorias em larga escala, com redução de 20% a 25% nos custos e de 14 a 15 dias para escoamento de produtos. "Esse é um momento histórico, em que trabalhadores, setor produtivo e lideranças políticas estão se unindo para um debate sobre desenvolvimento, no qual o município e o Estado também devem se colocar. Trata-se de um debate, inclusive, sobre a priorização de rotas e a rota 4 é a que interessa a Bauru. Então, a Câmara tem de ser protagonista junto aos trabalhadores, ao setor produtivo, envolvendo toda a sociedade de forma republicana e suprapartidária", avalia.
A vereadora criticou a ausência da Prefeitura de Bauru, que foi convidada para participar da audiência pública em Campo Grande, mas não enviou representante, e informou que irá oficiar a prefeita Suéllen Rosim, a Mesa Diretora da Câmara e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon) nesta terça-feira (19) para solicitar a criação de uma agenda institucional sobre o tema.
"O transporte de passageiros ou de cargas é algo que mobiliza todos os países desenvolvidos do mundo, mas o Brasil, até aqui, segue na contramão. Bauru não pode se omitir neste debate, que é interrregional e demanda a mobilização de todos os parlamentos de Santos a Corumbá", pontua.
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