Câmara aprova horário alternativo de vestibular
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que determina a realização de provas de vestibulares e concursos públicos em horários alternativos, visando respeitar os direitos de candidatos que tenham restrições religiosas.
A proposta também abrange a justificativa de faltas de alunos aos sábados, caso a ausência seja motivada por crenças religiosas, como os adventistas e judeus.
De acordo com o seguimento dessas religiões, o sábado é o dia da observância, na qual a orientação é de não fazer "nenhum trabalho" durante o período do pôr do sol de sexta até o pôr do sol do sábado por ser o dia de descanso e santificação.
Segundo o texto aprovado no plenário da Câmara por 397 votos a favor e 9 contra, tanto instituições públicas quanto privadas deverão oferecer alternativas de datas para as avaliações, que poderão ser realizadas entre domingo e sexta-feira, das 8h da manhã até as 18h.
Caso não seja possível a mudança de datas, o organizador da prova deverá reservar uma sala para que o estudante fique até o término do período de observância do sábado. Essa solução já ocorria, por exemplo, quando as provas do Enem eram aplicadas no sábado e domingo.
Além disso, o projeto de lei também trata do abono de faltas em aulas realizadas nesse período a respeito do horário. Para isso, o estudante deverá apresentar uma declaração, com firma reconhecida, da entidade religiosa atestando a vinculação e o impedimento de comparecer às atividades.
Mesmo com o abono, a instituição de ensino poderá exigir a realização de atividades compensatórias para suprir o conteúdo perdido.
Protocolado em dezembro de 2003, o projeto de lei ficou parado na Câmara durante 20 anos. Apenas em 2023, a proposta foi encaminhada para a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e também para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde foi aprovada.
Após a aprovação no plenário na última terça (12), o projeto de lei segue agora para a redação final do texto na CCJ da Câmara e depois, sem nova votação, será encaminhado para o Senado. Se aprovado na Casa, o projeto vai para a sanção do presidente Lula.
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