As Cavalhadas da Franca 2025 reuniram cerca de 4 mil pessoas no Parque de Exposições "Fernando Costa", neste primeiro fim de semana de agosto, mês em que se celebra o folclore brasileiro. O tradicional espetáculo, trazido ao Brasil durante a colonização portuguesa, é encenado em Franca desde 1831 e é a segunda Cavalhada mais antiga do país.
A programação começou na noite de sábado, 2, com a emocionante Cerimônia dos Encamisados. Cavaleiros, animais e o público presente receberam a bênção do padre Helder Pio. Já na tarde de domingo, 3, o gramado central do parque foi tomado por música, cores, brilho e encenação, encantando novamente o público com a disputa entre cristãos e mouros.
Durante o espetáculo, Oliveiros, soldado de Carlos Magno (rei cristão), insulta e desafia Ferrabrás, braço direito do Sultão de Constantinopla (rei mouro). O combate culmina com a “morte” de Ferrabrás - interpretado por um cavaleiro cuja queda do cavalo arrancou aplausos da plateia. Outro ponto alto foi a explosão simbólica do castelo mouro, representando a vitória cristã.
O presidente do Clube das Cavalhadas da Franca, Marcus Vinícius Falleiros, agradeceu ao público e celebrou a continuidade da tradição. “Nosso muito obrigado às famílias que vieram prestigiar, aos corredores, à Prefeitura Municipal. Hoje acaba uma Cavalhada e amanhã já começamos a edição de 2026, rumo aos 200 anos em 2031. Um evento que faz parte do DNA cultural da Franca.”
O prefeito Alexandre Ferreira (MDB), acompanhado da primeira-dama Cynthia Milhim Ferreira e do filho Pedro - corredor na encenação -, destacou o orgulho da cidade com o evento. “Vocês representam hoje uma instituição que tem quase 200 anos. E para nós, de Franca, para a Prefeitura de Franca, é um orgulho ter vocês como corredores mantendo a tradição e a cultura da nossa cidade.”
Entre os convidados especiais, esteve presente Dom Bertrand de Orléans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil e bisneto da Princesa Isabel. “É a primeira vez que assisto às Cavalhadas aqui em Franca e estou muito contente de ver como continuam as nossas tradições de origem portuguesa. Gostei enormemente, sobretudo da coreografia muito bonita, e do aspecto que reaviva, entre as populações brasileiras, as nossas tradições de combate em defesa de nossa fé.”
A princesa Floripes foi interpretada pela jovem Alice Manvailer Durigan, de 12 anos. Ela contracenou com familiares: o pai Danilo Durigan (Sultão de Constantinopla), o primo Davi (príncipe cristão) e o padrinho Murilo Durigan (soldado mouro que realiza o sequestro da princesa). “Eu me senti muito feliz e honrada em ser a princesa Floripes. Um dos momentos mais marcantes foi o sequestro da princesa – eu senti um frio na barriga e muita adrenalina, além da hora da minha fala com meu pai e a saída do espetáculo”, contou Alice.
Homenagens
Como é tradição, o espetáculo também foi marcado por homenagens póstumas, em um momento de grande emoção. Neste ano, foram homenageados o jovem Guilherme Jacintho Rodrigues Alves, que participou das Cavalhadas por anos e morreu em 2024, e Maria Silvia Luz Rochetti, mãe e avó dos cavaleiros Alberto e Caetano.
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Comentários
2 Comentários
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Ulisses 06/08/2025Circo de rico com dinheiro público pra pobre alienado assistir. Antes até distribuíam pão, hoje nem isso. Oremos.... -
Ana Maria 06/08/2025Muito lindo esse evento da Cavalhada, eu quando criança presenciei muitas vezes, porque sou de Patrocino Paulista e minha família tinha envolvimento direto com evento. Há muitos anos não vejo porque estou morando fora. Mas se Deus quiser para o próximo ano quero já ter voltado para as minhas origens. Esperando ansiosa por isso. Parabéns a todos os integrantes da Cavalhada, vocês são o máximo.