Em meio a flores, lágrimas e homenagens, familiares e amigos se despedem nesta quinta-feira, 31, de Jonas Sousa Rodrigues, de 19 anos, que morreu tragicamente após ser atingido por uma motocicleta na movimentada avenida Presidente Vargas, em Franca, na tarde dessa quarta-feira, 30. O velório acontece na sala 8 do Velório São Vicente de Paulo, em clima de profunda comoção, marcado por amor, saudade e um pedido tocante de empatia.
Jonas era conhecido por muitos na cidade. Desde os 15 anos, vendia balas e doces em frente aos bancos da avenida. Começou com canudinhos de doce de leite e, com o tempo, passou a oferecer balas aos transeuntes. Trabalhava todos os dias, movido por sonhos simples e nobres: queria ajudar a mãe, dar uma vida melhor ao filho de apenas 2 anos e, quem sabe, em breve, comprar sua própria moto e morar sozinho.
“Era um menino doce, muito trabalhador. Sonhava com uma vida melhor, por isso começou a trabalhar ainda criança”, contou, entre lágrimas, a tia Ingrid da Silva Miranda, de 30 anos, que foi a primeira da família a saber da tragédia.
Ingrid soube do acidente pelas redes sociais, ao ver que um jovem vendedor de balas havia sido atropelado. Desesperada, correu até o local com o coração apertado. Ao chegar, viu o corpo coberto por um saco prateado, imóvel na calçada, balançando levemente com o vento. Com uma foto de Jonas em mãos, se aproximou de algumas pessoas que estavam por perto:
“Vocês viram? Sabem se é esse menino?”, perguntou, mostrando a imagem no celular.
Ao receber a confirmação, sentiu o chão desaparecer sob os pés. Com as pernas trêmulas, correu até uma viatura da Polícia Militar para confirmar a identidade.
“Policial, sabe se o menino é esse?”
A confirmação oficial foi o golpe final: a dor tomou conta e as lágrimas não puderam mais ser contidas.
“Fui eu quem avisou a mãe dele... A pior notícia que uma mãe pode receber”, disse Ingrid, emocionada.
Apesar da dor dilacerante, o clima no velório não é de revolta. A família, profundamente abalada, surpreende por sua postura de perdão e compreensão. Em meio à comoção, Ingrid fez um apelo comovente:
“Desejo que as pessoas parem de julgar o moço da moto, o Felipe Canuto. Só Deus sabe a dor que a família dele também está sentindo. Ele também está lutando. Pedimos a Deus que conforte o coração de todos nós, inclusive o dele. Agora, mais do que nunca, precisamos de compaixão.”
Felipe Canuto era o condutor da motocicleta que colidiu com Jonas. O acidente, que tirou a vida de um jovem cheio de sonhos, provocou uma onda de comoção nas redes sociais - e também julgamentos. Mas a família da vítima escolheu o caminho do amor e da fé, e pede que a cidade faça o mesmo.
Jonas deixou um legado de esforço, determinação e ternura. Ele era mais do que um jovem vendedor de balas. Era um pai, um filho dedicado e um sonhador. Queria empreender, crescer, conquistar uma vida digna por meio do próprio trabalho.
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