VIOLÊNCIA

Família denuncia ação violenta da PM de Minas em Delfinópolis

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/WhastApp/GCN
Um dos familiares teria sido agredido na cabeça diversas vezes
Um dos familiares teria sido agredido na cabeça diversas vezes

Uma família de Delfinópolis (MG), cidade localizada a 93 km de Franca, denuncia o que classifica como um grave caso de abuso policial ocorrido recentemente na cidade. Segundo os relatos, tudo começou quando policiais militares abordaram um dos membros da família na rua. O jovem, que teria cooperado com a abordagem, acabou sendo espancado após não saber informar o nome da rua onde morava - já que a família havia se mudado há pouco tempo para o bairro. A Polícia Militar de Minas constata a versão da família, diz que houve resistência e que os envolvidos têm “diversas passagens policiais, alguns inclusive como autores de crimes violentos, com uso de violência ou grave ameaça”.

De acordo com os familiares, o rapaz foi agredido com socos na barriga e no rosto e, tentando se defender, revidou antes de fugir e se esconder no mato. Durante a perseguição, os policiais teriam disparado tiros na mata. “Eles queriam prender ele à toa, entendeu?”, disse um dos familiares.

Momentos depois, já na casa da família, o episódio ganhou contornos ainda mais violentos: seis policiais teriam invadido o imóvel com agressões. Segundo a denúncia, os agentes atacaram com spray de pimenta, mesmo diante de um pedido desesperado para que poupassem uma criança de 4 anos, que presenciou toda a ação e teve seus brinquedos ensanguentados. “A minha menininha está assustada, não está dormindo à noite. Foi uma cena horrível”, relata uma mulher da família.

As agressões descritas são brutais: um tio teve o nariz quebrado e está internado com suspeita de fratura na perna; dois irmãos tiveram pernas quebradas, outro teve o dedo fraturado; além de cortes profundos na cabeça de vários membros da família. “Eles chegaram a rasgar a blusa da minha mãe, bateram demais nela. Vieram, eu acho, pra poder matar”, desabafa um dos familiares. Móveis foram destruídos durante a ação.

Segundo os denunciantes, existe uma câmera de segurança que registrou a primeira abordagem, mas o dono do estabelecimento só pretende liberar a gravação mediante ordem judicial. Já as agressões dentro de casa teriam sido filmadas pela própria família, que diz ter fotos e vídeos comprobatórios.

O relato é acompanhado por um forte sentimento de revolta. “Eles são policiais, têm que proteger, não fazer o que fizeram. A gente não é bandido. Só queremos justiça”, reforçam.

A família diz que já está reunindo todas as provas para acionar a Justiça e denunciar oficialmente o caso, destacando que não houve resistência antes da violência policial e que a presença da criança torna tudo ainda mais grave.

O que diz a Polícia? 

No fim da tarde dessa terça-feira, 29, o 12º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais enviou nota oficial ao Portal GCN/Sampi apresentando a versão da corporação. De acordo com o documento, no dia 26 de julho os policiais faziam patrulhamento de rotina quando abordaram dois indivíduos em “atitude suspeita”. Ainda segundo a nota, um deles colaborou, mas o outro teria reagido de forma agressiva, inclusive agredindo um policial antes de fugir.

A PM afirma que localizou o suspeito em sua residência, onde ele teria continuado a resistir e atirado objetos contra os militares. Os familiares, segundo a corporação, também teriam interferido de maneira violenta contra a ação policial, obrigando os agentes a usarem “força diferenciada” para conter as agressões e as resistências. Na ocorrência, três pessoas foram presas e encaminhadas para atendimento médico. Quatro policiais também precisaram de atendimento devido às lesões.

A nota destaca ainda que os envolvidos têm “diversas passagens policiais, alguns inclusive como autores de crimes violentos, com uso de violência ou grave ameaça”.

Por fim, a Polícia Militar de Minas Gerais informa que foi instaurado procedimento interno para apurar os fatos.

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Comentários

3 Comentários

  • Carlos 30/07/2025
    Q dó deles. O tio não perdoa nem o pai, rouba até. Os demais são tranqueiras tbm. Deveriam bater e mais
  • Darsio 30/07/2025
    É a polícia sendo polícia. Será que se fosse para combater assaltantes de banco e grandes traficantes esses policiais teriam sido tão valentões ou borrariam suas calças. Conheço uma pessoa honesta, trabalhadora e pai de família e que nunca se envolveu com coisas erradas que, foi abordado por dois policiais, de forma brutalmente violenta e covarde. Do modo como certos policiais agem, a corporação como um todo vai ficando cada vez mais manchada.
  • Antonio Carlos 30/07/2025
    Mais fácil nascer um ramo de flores num cabo de vassoura do que esses policiais serem devidamente responsabilizados e punidos. Agora a polícia emite a já manjada nota apertando as teclas control C/control V, que a instituição não permite desvios de conduta e que os responsáveis serão penalizados exemplarmente; faz-se uma escaruça aqui, outra ali, para fazer de conta, esperam a poeira baixar e depois mandam servir lá uma pizza de mussarela com guaraná e fica tipo por isso mesmo. Ou seja, vira nada.