ENTREVISTA

Guerrinha: 'Ajudei bastante na construção dessa história linda'

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
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Guerrinha ao lado de imagens históricas de sua cerreira
Guerrinha ao lado de imagens históricas de sua cerreira

Jorge Guerra, 66 anos, está entre as lendas do basquetebol brasileiro e de Franca. Uma das imagens mais marcantes de Guerrinha, na época de jogador, que está mais viva na retina de quem gosta da modalidade é aquele cesta do meio da quadra pela seleção brasileira na estreia da equipe na vitória contra o Canadá, nas Olímpiadas de Seul em 1988. Como treinador, o francano ajudou no fortalecimento do basquete brasileiro, com grandes trabalhos nos clubes que comandou, conquistando títulos importantes, principalmente dirigindo o Bauru e Mogi das Cruzes.

Em entrevista nesta semana ao GCN, Guerrinha lembra do início de sua carreira em Franca, fala de seu futuro no basquete – ele vai ser supervisor do Mogi das Cruzes, comenta a extinção da equipe do São Paulo e dispara como fez naquele arremesso certeiro em Seul ao falar do basquete de Franca: “Ajudei bastante na construção dessa história linda”.

Primeiramente, Guerrinha diz que o balanço da última temporada é positivo, apesar do clube que dirigia decidiu fechar as portas. “Falando-se de NBB, é positivo. Cada dia crescendo mais, mais equipes, politicamente ajustado com a FIBA, então a gente vê um crescimento muito grande com a entrada da Liga, com os clubes administrando a própria competição. Lógico que competição é competição. Até se você for jogar com o seu irmão, sai briga, né? Pra ganhar o jogo. Mas a gente vê que todo mundo se respeita muito, todo mundo tem um grau de profissionalismo grande”.

Sobre o São Paulo, Guerrinha lamentou os cortes feitos através de uma política de reformulação no clube que atingiu também outras modalidades. “Não foi só no basquete, foi em todos os forros, na parte administrativa, no próprio clube. Tinham 1.200 funcionários só ali no Morumbi, cortou pra 900. Fora as equipes da base, fora outras modalidades”.

Guerrinha destacou que a expectativa no São Paulo era grande com relação a conquistas de títulos em função do investimento, mas a equipe estava bastante “envelhecida e o time sofreu com muitas lesões”.

Guerrinha disse que está no basquete há mais de 50 anos, sendo 28 anos como treinador, confirmando que agora vai trabalhar fora de quadra. “Eu estou no basquete desde os sete anos de idade, no Clube dos Bagres, convivendo com o time adulto, ajudando, pegava a bola. Tive minha iniciação toda no Clube dos Bagres, no EETC e com 15 para 16 anos entrei no adulto, antigo Amazonas. Entendi que esse momento meu é ser um pouco diferente, continuar no basquete, mas na parte de supervisor, coordenador técnico, e Mogi fez esse convite para mim, já tinha o Fernandinho Penna, que faz um excelente trabalho, eu gosto muito dele, foi meu atleta, foi meu aluno na escolinha. Eu entendi que era um momento de eu fazer essa mudança e ajudar fora da quadra”, disse Guerrinha que foi técnico do próprio Mogi na conquista da Sul-Americana em 2017.

Nesse momento da entrevista Guerrinha fala que realizou o sonho de ser jogador de basquete em Franca tendo como ídolos Hélio Rubens Garcia, Fausto, Robertão. “Eu tive um sonho muito realizado que foi se tornar um jogador adulto competitivo. Pra mim foi um orgulho, eu era criança, ficava no clube e tinha meus ídolos, o Hélio, o Fausto, o Robertão, tantos outros, que passaram ali e eu me tornei atleta. Fui praticamente 10 a 12 anos capitão do time titular, ajudei bastante na construção dessa história que é linda, dentro e fora da quadra. Ajudei a construir esse espírito. Isso me deixa muito orgulhoso”, destacou o ex-armador, que ganhou mais de 15 títulos com a camisa 10 do clube francano, entre eles tetracampeão brasileiro e sul-americano.

Ao encarrar sua carreira de atleta em 1994, aos 35 anos, Guerrinha iniciou sua carreira de técnico construindo sua carreira longe de Franca. Ele disse que Franca sempre esteve bem quando se refere a técnicos. “Nunca tive essa oportunidade, e nem Franca teve também, porque no momento que Franca precisava, eu estava de técnico, e em alguns momentos que a gente não ficou de técnico, Franca está muito bem. Eu acho que Franca está muito bem com Helinho. O futuro a Deus pertence”.

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Comentários

2 Comentários

  • Leandro 27/07/2025
    Fui aluno na escola de Basquete do Guerrinha , e uma das frases mais fortes que ele disse a todos nós foi a seguinte: \"De cada 100 alunos talvez vamos conseguir formar 1 atleta profissional,,mais de cada 100 alunos temos a obrigação de formar 100 homens de caráter \"
  • Homero Santiago 26/07/2025
    Sou contemporâneo do Guerrinha na quadra do Clube dos Bagres, tempos das bolas de nylon Super K, dos tênis All Star Chuck Taylor. O Guerrinha estava mesmo num nível técnico e fisico muito superior a nós um pouco mais novos. E fui aluno do Prof. Pedroca nas aulas de Educação Física no CEDE. O Guerrinha saiu cedo de Franca para Bauru, mas poderia ter dado sequência no basquete francano antes que, como me disse o Roberto, que o Helinho assumisse a dinastia do família Garcia. O jogo decisivo contra o poderoso time americano no Pan-americano em Indianapolis em 87 é o momento mais emocionante e glorioso do basquete nacional, e o Guerrinha estava lá, esse jogo foi histórico.