A colheita de café avança na região da Alta Mogiana, mas produtores têm enfrentado frustração com os resultados da safra de 2025. Com cerca de 50% a 70% da colheita já realizada, cafeicultores relatam rendimento abaixo do esperado — mesmo em lavouras irrigadas.
O principal fator apontado pelos agricultores é o impacto climático. A estiagem prolongada no início do ano e as altas temperaturas registradas em 2024 comprometeram a granação dos frutos e afetaram diretamente a produtividade. “Tivemos um período de cerca de 30 dias sem chuvas entre fevereiro e março. Essa estiagem pode ter comprometido a granação dos frutos, o que reflete diretamente no rendimento agora durante a colheita”, explica Rafael Stefani, produtor de café da região.
Adriano Bonifácio, que cultiva cerca de 16 hectares de café na região de Franca, também sentiu os efeitos da instabilidade climática. Segundo ele, a quebra na safra foi significativa. "Já terminamos a colheita e estamos na fase final da varrição, mas a produção ficou bem abaixo da média que esperávamos. Até os talhões irrigados produziram menos do que o normal", relata.
O produtor, que tem oito anos de experiência na cafeicultura, diz nunca ter visto tamanha oscilação nos resultados. "Nunca teve uma quebra desse tamanho. Isso foi por causa do calor extremo do ano passado e da seca muito forte. Aqui ficamos mais de 40 dias sem uma gota de chuva entre janeiro e fevereiro", afirma.
Adriano explica que, com base nos anos anteriores, esperava colher entre 600 e 700 sacas nesta safra, mas a estimativa atual gira em torno de 380 a 400 sacas, considerando toda a área produtiva. "A gente faz o planejamento, investe, e aí vem uma quebra dessa... complica tudo. É difícil até estimar o prejuízo, porque o preço do café muda todo dia, mas o impacto é grande", avaliou Adriano.
Outro produtor da região, que já colheu cerca de 80% da safra, estima uma quebra de aproximadamente 50% em relação ao volume inicialmente previsto. “Eu calculava colher 3 mil sacas, mas depois da florada, rebaixei a expectativa para 1.500. Vai chegar a mil sacas”, relata. Segundo ele, a seca severa foi a principal responsável pela redução drástica.
O gerente de operações da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), Willian Freiria, também descreveu o cenário vivido pelos produtores cooperados. Segundo ele, a percepção de menor rentabilidade também é percebida entre os cafeicultores nesta safra de 2025.
"Os produtores estão falando que está gastando mais café. O produtor tem relatado menor rendimento", diz Willian. Quando se fala em estar "gastando mais café", isso significa que estão sendo necessários mais litros de grãos para se produzir uma saca limpa.
Ele também avalia que a questão climática foi a “vilã” do resultado no campo. A ausência de chuvas teve impacto direto. “Período grande sem chuvas, impacto na florada das lavouras”, comentou.
Apesar das perdas, há um tom de otimismo entre os produtores e técnicos para o próximo ciclo. “Em 2026 a safra será melhor, pelo menos até o momento as questões climáticas são melhores”, pontua Willian.
“As lavouras estão bem vestidas, com boa recuperação e desenvolvimento. Isso nos dá uma expectativa positiva para a safra de 2026, que deve ser melhor do que a de 2024, quando enfrentamos quase seis meses de seca severa”, reforça Rafael Stefani.
A Alta Mogiana é reconhecida pela qualidade dos seus cafés e reúne municípios importantes na produção, como Franca, Pedregulho, Ribeirão Corrente, Cristais Paulista e Ibiraci (MG).
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Comentários
4 Comentários
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Darsio 24/07/2025Alex , Alex! Seja homem de verdade e assume a autoria das merdas que escreve. Não seja um covarde para se esconder por meio de um codinome. Até parece o mito que, ele tanto adora massagear as genitálias, ou seja, aquele que que se passa de imbrochavél, mas está muito mais para um corno. -
\"X\" 24/07/2025O Xandão tem que prender esse imbecil do puldo por incitação a devastação da Amazônia e do Cerrado e por disseminar fake news . Deveria incluí-lo no inquérito das fake news. -
Mauricio Fico 24/07/2025esses produtores de cafe,ja estao colocando na cabeçao do povo,que estão colhendo pouco cafe,o que eles querem é manter os preços altos que estão prraticando hoje,porque com a taxação de 50% vai ficar inviavel exportar o cafe,ja que não vão exportar,vão querer tirar a diferença no brasileiro,mais não contam que os depositos de cafe,estão abarrotados aguardando alta no produto,não são produtores são aproveitadores. -
Darsio 24/07/2025TENHO UMA PROPOSTA, OU SEJA, VAMOS ACABAR DE DEVASTAR A AMAZÔNIA E O CERRADO E, CONSEQUENTEMENTE REDUZIR DRASTICAMENTE O VOLUME DE CHUVA NO CENTROSUL. AFINAL, O AGRO É TEC, É POP.