MORREU AOS 89 ANOS

Saiba qual o legado de Roberto Duailibi, lenda da publicidade

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/DPZ/Youtube
Duailibi esteve à frente de campanhas que marcaram gerações.
Duailibi esteve à frente de campanhas que marcaram gerações.

Morreu na sexta-feira (18), aos 89 anos, o publicitário Roberto Duailibi, um dos fundadores da lendária agência DPZ e nome incontornável da publicidade brasileira. Ele esteve à frente de campanhas que marcaram gerações e ajudou a transformar a propaganda brasileira em referência criativa internacional.

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Entre os trabalhos mais lembrados da agência que ajudou a fundar estão o Franguinho da Sadia e o Garoto Bombril — este último criado por Washington Olivetto, dentro da DPZ, que também foi o responsável pelo conceito e pela campanha do personagem. Duailibi, como sócio da agência, teve papel decisivo na consolidação da campanha, embora não tenha sido o criador do garoto interpretado por Carlos Moreno.


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Nascido em Campo Grande (MS) em 1935, filho de pai libanês e mãe brasileira, Duailibi foi alfabetizado em São Paulo após uma infância entre padres e palmatórias. Chegou a sonhar com a medicina, mas foi seduzido pelo mundo criativo da propaganda após trabalhar na Colgate-Palmolive. Dali, não saiu mais: passou pelas principais agências do país até fundar, em 1968, a DPZ, ao lado de Francesc Petit, José Zaragoza e Ronald Persichetti.

O começo foi desacreditado por muitos, houve até bolão no mercado dizendo que a agência não duraria três meses. Mas bastaram algumas campanhas para mudar tudo: além do Garoto Bombril e do Franguinho da Sadia, a DPZ lançou peças memoráveis como “Ninguém ama um homem gordo”, para o adoçante Suíta, e o Baixinho da Kaiser, sempre com a criatividade afiada que marcou época.

Em 1975, a agência conquistou o primeiro Leão de Ouro do Brasil no Festival de Cannes com o comercial “Homem com mais de 40 anos”, que defendia a contratação de profissionais mais velhos, uma bandeira que Duailibi levantou até os últimos anos, inclusive em vídeos nas redes sociais.

Mais do que empresário, Duailibi foi um intelectual da publicidade. Autor de livros como Criatividade e Marketing e Cartas a um Jovem Publicitário, foi professor da ESPM e da ECA-USP, membro da Academia Paulista de Letras e um dos pensadores mais respeitados da área. Ultimamente, compartilhava reflexões em vídeos no Instagram; no último, recomendava a leitura de Não Precisa Acender a Luz, dizendo-se comovido.

Roberto Duailibi deixa a esposa, Silvia, e os filhos Marco e Rubem. O velório foi realizado neste sábado (19), no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. Com ele, foi um pedaço da história da propaganda brasileira, mas suas ideias, seu legado institucional e sua defesa da criatividade continuarão reverberando por muito tempo.

*Com informações da Folhapress

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