O desaparecimento do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, de 43 anos, completou dois meses nessa quarta-feira, 16. O principal suspeito, Marlon Couto Paula Júnior, segue foragido.
Nas últimas buscas, um detector de metais importado dos Estados Unidos foi cedido pelo Corpo de Bombeiros Marítimos de Santos para ajudar os bombeiros de Franca e Orlândia, mas não teve sucesso em localizar o corpo. As buscas aconteceram nas águas do Rio Grande, perto do rancho de Marlon, em Miguelópolis, na região de Franca.
Segundo as diretrizes de mergulho do Corpo de Bombeiros, as buscas subaquáticas são realizadas por um período de sete dias. Como esse prazo foi cumprido sem encontrar o corpo, as operações foram suspensas, aguardando novas pistas ou informações que possam direcionar as buscas.
Autor confessou homicídio
Marlon confessou o assassinato por meio de uma carta divulgada pela Polícia Civil no início de junho. No documento, ele relatou ter atirado contra Nelson durante uma discussão em uma reunião de negócios, ocorrida em Cravinhos, na região de Ribeirão Preto. Segundo Marlon, a motivação do crime teria sido uma suposta extorsão por parte de Nelson, que teria registrado como seus os produtos da empresa do suspeito, exigindo dinheiro em troca da liberação do uso das fórmulas.
De acordo com a confissão, após o disparo, Marlon contou com a ajuda de Tadeu Almeida Silva para ocultar o corpo, que teria sido levado até Miguelópolis e desovado no Rio Grande. Tadeu também teria ficado responsável por levar o carro da vítima até São Paulo. Ele foi preso em 29 de junho.
Na carta, Marlon disse que chegou a cogitar se entregar, mas desistiu após receber ameaças. Ele alegou temer pela própria vida e pela segurança de sua família. “Temo muito pela minha vida e de minha família, as ameaças são muitas e muito graves”, escreveu.
A defesa de Marlon confirmou a veracidade do conteúdo da carta e afirmou que a decisão de confessar o crime partiu do próprio cliente. Apesar de ter informado à polícia a localização do corpo e da arma utilizada, o corpo de Nelson não foi encontrado.
Oito denunciados
Em 7 de julho, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o assassinato do empresário Nelson Francisco Carreira Filho e indiciou oito pessoas por envolvimento no crime, incluindo familiares e funcionários do autor confesso, Marlon Couto Paula Júnior.
Entre os indiciados estão os pais de Marlon, Marlon Couto Paula e Lílian Patrícia Paula, o irmão, Murilo Couto Paula, a mulher, Marcela Silva de Almeida, e o tio dela, Tadeu Almeida Silva. Segundo as investigações, os pais de Marlon ajudaram Marcela a se esconder após a morte de Nelson e foram indiciados por favorecimento pessoal. Marcela, por sua vez, foi indiciada por fraude processual.
Murilo foi indiciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ele teria trocado de carro com o irmão após o corpo ser jogado no Rio Grande e também se passado por Marlon Júnior para assinar uma nota de serviço de dedetização no dia do crime.
Tadeu, gerente da empresa de Marlon e tio de Marcela, foi indiciado por homicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Já Marlon Júnior, que segue foragido, responderá por homicídio, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Outros dois homens também foram indiciados: Felippe Miranda, apontado como a pessoa que ajudou Marlon a desovar o corpo no rio, vai responder por ocultação de cadáver e fraude processual; já Carlos Eduardo da Silva Cunha foi indiciado por falso testemunho, por ter mentido durante as investigações.
Atualmente, seguem presos Felippe Miranda e Tadeu Almeida Silva. Marcela chegou a ser detida, mas foi liberada posteriormente por decisão da Justiça.
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Comentários
1 Comentários
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Abreu 17/07/2025Eles sabem onde o corpo foi descartado, eles deveriam minimizar o sofrimento da família da vítima e indicar o local correto para o resgate e sepultamento digno da vítima. E esse Marlon?, vai ficar foragido até quando?, melhor seria se entregar e tentar mudar de vida.