A Raízen S.A. anunciou nesta terça-feira, 15, a suspensão por tempo indeterminado das atividades da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho, como parte de sua estratégia de reciclagem do portfólio de ativos. Cerca de 2 mil funcionários podem ser afetados.
A empresa anunciou ao mercado que fechou contratos para vender até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Esse volume inclui tanto a produção própria quanto a cana fornecida por terceiros.
O valor da negociação foi de aproximadamente R$ 1,045 bilhão, com pagamento à vista e possibilidade de ajustes no valor final. O dinheiro será usado para reduzir as dívidas da companhia, embora o total do endividamento não tenha sido informado.
As áreas agrícolas foram negociadas com seis tradicionais grupos do setor sucroenergético: Alta Mogiana, Bazan, Batatais, São Martinho, Pitangueiras e Viralcool. Parte da cana será destinada às unidades Vale do Rosário e Bonfim, com a expectativa de ganhos em escala e produtividade.
Apesar da mudança, a empresa não informou o número de profissionais que trabalham no local, nem se eles serão realocados para as demais empresas.
O sindicato da categoria informou que está fazendo o levantamento de quantas pessoas foram afetadas, mas estima que até duas mil pessoas podem ser impactadas. O sindicato também disse que está em diálogo com a empresa para definir as cláusulas trabalhistas.
A Raízen afirmou que tem adotado medidas para garantir um processo de transição responsável. Entre as ações, estão benefícios e programas de apoio aos colaboradores impactados, além de tratativas com autoridades e compradores para viabilizar a recolocação dos funcionários.
Mudanças preocupam
O Ceise BR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), entidade que representa a indústria de base da cadeia produtiva, divulgou uma nota dizendo que acompanha com preocupação a suspensão da unidade, que tem grande peso histórico e operacional.
A entidade alertou para os possíveis impactos da decisão sobre empregos, contratos de manutenção e fornecimento, além da estabilidade financeira de empresas locais.
“Movimentações dessa magnitude impactam diretamente a dinâmica industrial da cadeia produtiva, especialmente nos polos tradicionais do setor, como Sertãozinho e região”, destacou o comunicado.
O Ceise BR também expressou apreensão com um possível efeito cascata sobre empresas que prestam suporte técnico e fornecem equipamentos à unidade.
Apesar da preocupação, a entidade reconheceu que a aquisição das áreas por grupos relevantes do setor é um indicativo da robustez e do dinamismo da bioenergia brasileira. “Reflete a força da indústria na transição energética e na economia de baixo carbono”, pontuou.
A conclusão da operação ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e do cumprimento de condições previstas nos contratos. A empresa informou que manterá o mercado atualizado sobre os próximos desdobramentos.
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Comentários
3 Comentários
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Geraldo 17/07/2025Vamos agora louvar e agradecer ajoelhados e rezando em frente aos pneus atravessados na pista em frente ao Paineirão?, aí já aproveitaremos o ensejo e incluiremos desta feita fervorosos pedidos aos céus para a anistia ao nosso glorioso mito patriota, o que vcs acham dessa minha boa idéia?...ahn???. -
\"L\" 16/07/2025É só fazer o \"L\" de novo no ano que vem que estará tudo certo. -
Juarez 16/07/2025Resultado da política Bolsonaro. A Shell tomou conta do álcool e da BR Distribuidora. Uma multinacional que dominou a distribuição de combustíveis no Brasil. O preço ficou nas mãos deles.