Com uma trajetória iniciada em 2009, em uma academia no Jardim Vera Cruz, zona norte de Franca, o lutador francano Thiago Artiaga, hoje com 34 anos, começou no Muay Thai por hobby, buscando saúde e qualidade de vida. No entanto, a dedicação e o amor pelo esporte logo transformaram o interesse inicial em um projeto de vida. “Foi quando surgiu minha primeira luta que percebi: era isso que eu queria para minha vida profissional.”
Desde o início, Artiaga enfrentou desafios. Por ser o mais leve da turma, precisava treinar com colegas que chegavam a pesar o dobro ou o triplo do seu peso. “Isso me forçou a evoluir mais rápido e a me superar desde cedo”, relata.
Ao longo dos anos, ele colecionou títulos importantes, mas um em especial tem um valor afetivo inestimável: o de Campeão Mundial. “Carrego nesse título muitas lembranças da minha mãe, que hoje não está mais aqui. Todos os meus títulos têm um pouco dela, mas esse é especial.”
Entre os momentos marcantes da carreira, ele destaca a experiência de lutar em Bangkok, na Tailândia. “Jamais imaginei que o Muay Thai me levaria tão longe. Foi uma experiência única, mergulhei numa cultura completamente diferente.”
Apesar das conquistas, Artiaga enfrenta a realidade da falta de reconhecimento e apoio em Franca, sua cidade natal. “Levo o nome de Franca por onde vou, mas não sinto que meu trabalho tem o reconhecimento que merece. Nunca obtive resposta de autoridades ou grandes empresas da cidade.”
No entanto, no início deste mês de julho, Thiago foi homenageado na Câmara Municipal de Franca, em uma ação proposta pelo presidente da Casa, o vereador Daniel Bassi (PSD). A homenagem reconheceu sua trajetória no esporte e o papel que exerce como representante da cidade em competições nacionais e internacionais.
Hoje, além de atleta, Thiago é também professor de Muay Thai e proprietário de sua própria academia. Ele divide o tempo entre os treinos, aulas e a gestão do espaço, o que exige ainda mais esforço diante da ausência de patrocínios. “Preciso muitas vezes deixar de treinar para dar aulas e garantir o sustento. Alimentação, transporte e estadia para os eventos são caros, e sem apoio fica difícil seguir competindo em alto nível.”
Thiago tem planos de voltar ao cenário nacional, disputar grandes eventos em São Paulo e até mesmo atuar em lutas televisionadas. Ele também sonha em estrear no MMA, embora reconheça as exigências físicas, técnicas e financeiras dessa transição.
Com 45 anos como meta de idade para continuar lutando, Artiaga também investe na formação de novos atletas em Franca, acreditando no potencial esportivo da cidade. E deixa uma mensagem de incentivo: “Jamais desista do seu sonho. Com disciplina, determinação e gratidão, tudo é possível.”
Por fim, faz um apelo direto: “Gostaria que as autoridades olhassem com mais atenção para os atletas da cidade. Existem muitos talentos que representam Franca, mas seguem invisíveis por falta de apoio.”
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