CRIME

Adolescentes suspeitos de morte de colega em MG serão internados

Por Artur Búrigo | Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Melissa Campos, de 14 anos, foi esfaqueada na sala de aula
Melissa Campos, de 14 anos, foi esfaqueada na sala de aula

Os dois adolescentes de 14 anos suspeitos pela morte da adolescente Melissa Campos, 14, em sala de aula em Uberaba, no Triângulo Mineiro, ficarão internados por até três anos.

O processo corre em segredo de Justiça, mas a sentença socioeducativa foi confirmada à reportagem pelo pai da vítima. A decisão judicial prevê que os dois passem por reavaliação a cada seis meses durante o período.

A pena de internação por três anos é a máxima prevista pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Daniel Campos, pai de Melissa, disse considerar a medida insuficiente.

"Continuamos lutando para que haja justiça e punições mais efetivas para assassinos como esses, e isso só acontecerá com mudanças no ECA."

O Ministério Público representou contra um dos adolescentes por ato infracional análogo ao crime de homicídio. Ele foi apreendido pela polícia na data da morte, no dia 8 de maio, suspeito de ter atacado a vítima com uma faca. Procurada, a defesa dele não respondeu.

O outro adolescente foi representado pela Promotoria por ato análogo ao crime de participação no homicídio.

Ele foi apreendido no dia seguinte ao ataque, e foi apontado pela Polícia Civil como suspeito de também ter planejado o caso e arquitetado a rota de fuga. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.

Segundo o Ministério Público, o caso não envolveu a participação de outras pessoas além dos dois menores de idade apreendidos e não foi planejado em redes sociais ou em fóruns da internet.

De acordo com o promotor Diego Aguillar, que atua na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes em Uberaba, o ataque não foi motivado por qualquer tipo de bullying cometido pela vítima, que não tinha inimizade com o suspeito.

O adolescente teria afirmado aos policiais horas depois do ataque que tinha inveja pelo fato de a menina ser alegre.

"A vítima foi definida no dia. Existia um plano que saiu principalmente da cabeça do primeiro envolvido, um planejamento de um ato infracional análogo ao homicídio", disse Aguillar.

O suspeito de ter atacado a colega havia levado para a escola uma faca e entregou à vítima uma folha de caderno segundos antes de desferir uma série de golpes em seu tórax.

Segundo a Promotoria, o papel continha uma espécie de sentença de morte.

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