Às vésperas do Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado nesta quinta-feira, 12 de junho, dados oficiais do MPT (Ministério Público do Trabalho) da 15ª região, que abrange Franca, revelam uma realidade ainda preocupante no município. Franca registrou 31 denúncias de trabalho infantil entre 2023 e 2025.

Confira os números:

• 2023: 15 denúncias
• 2024: 14 denúncias (sendo 4 até maio)
• 2025 (até maio): 2 denúncias

Apesar da aparente queda em 2025, especialistas ressaltam que a subnotificação continua sendo um dos principais entraves no enfrentamento à exploração do trabalho infantil. Em Franca, os setores mais atingidos são o comércio, supermercados, serviços de alimentação, educação, lava-rápido, trabalho rural e outros serviços informais.

No interior de São Paulo, o cenário também acende um alerta. O MPT registrou um aumento de 30% nas denúncias entre janeiro e maio de 2025, totalizando 220 casos, contra 445 ao longo de todo o ano de 2024 - quase 100 a mais do que em 2023.

Para o vice-procurador-chefe do MPT em Campinas, Ronaldo Lira, a data de 12 de junho é mais do que simbólica. “É um grito de alerta. O trabalho infantil não é formação de caráter, é uma violação de direitos. Ele rouba da criança o tempo de estudar, brincar e se desenvolver. Não podemos normalizar essa prática.”

A erradicação do trabalho infantil exige a combinação de políticas públicas eficazes, fiscalização rigorosa e o fortalecimento da aprendizagem profissional - uma alternativa legal que protege os jovens e os mantém na escola. No entanto, muitas empresas ainda descumprem a cota obrigatória de contratação de aprendizes, conforme levantamento do MPT.